No 'Alagadão', Fla cede o empate ao Vitória no fim da partida: 1 a 1
Debaixo de muita chuva, donos da casa conseguem igualdade aos 40 da etapa final contra os 'remadores' de azul-amarelo
Depois de ser derrotado na última quarta-feira, pelo Universidad de Chile, no Maracanã, o Flamengo não conseguiu superar os donos da casa, cuja torcida fez de tudo para provocar. Seja com os gritos de Grafite, em alusão à não convocação de Adriano para a Copa do Mundo, ou com uma faixa na arquibancada com os dizeres “Nordestino de coração torce pelo time da sua região”. O Imperador, na medida do possível no meio de tanta água, chamou a atenção pela disposição e pela movimentação no ataque.
Com o primeiro ponto conquistado no Brasileiro, o Vitória volta as suas atenções para o duelo contra o Atlético-GO, quarta-feira, no Barradão, pela semifinal da Copa do Brasil. Como perdeu por 1 a 0, em Goiás, o time baiano precisa vencer por dois gols de diferença para avançar à decisão pela primeira vez na história.
Na próxima quinta-feira, em Santiago, o Flamengo precisará vencer o Universidad de Chile, por dois gols de diferença para chegar à fase semifinal da Libertadores. Ou por um, se marcar quatro vezes. Se devolver o 3 a 2, do jogo de ida, no Maracanã, a decisão será nos pênaltis.
Muita chuva no Barradão
O Vitória entrou em campo bem desfalcado. O lateral Nino e o meia Ramon Menezes não jogaram por causa de lesão, e Bida, com dores no joelho, foi poupado. O zagueiro Wallace estava suspenso, após expulsão na estreia contra o Palmeiras, e o lateral-esquerdo Egídio não pôde jogar por uma cláusula do seu empréstimo, que o proíbe de atuar contra o Flamengo. O goleiro Viáfara foi poupado com dores musculares na coxa direita.
Já o Fla, além da novidade no uniforme, apresentou mudanças táticas promovidas por Rogério Lourenço. Rômulo e Maldonado foram barrados. Toró e Michael entraram com a missão de dar mais velocidade no meio de campo. De resto, ele optou pela força máxima. Álvaro, recuperado de problema na panturrilha direita, ficou no banco.
As ações do Flamengo aconteceram sempre pelo lado esquerdo do ataque, onde o Vitória dava muitas brechas na marcação. Mas a superioridade do time carioca também foi vista nas trocas de passe e marcação. Com Júnior isolado na frente, os donos da casa tiveram dificuldades para penetrar na defesa do Flamengo. As principais ameaças aconteceram no jogo aéreo, seja em cruzamentos ou escanteios.
Mas a grande dificuldade, para os dois times, foi o controle de bola. Com a forte chuva, o gramado rapidamente ficou encharcado, tornando o toque de bola imparticável. O ataque mais periogoso do Vitória, aos 34, saiu de um contra-ataque em que as poças d’água foram sendo superadas até que o time chegasse à area adversária.
Como correr com a bola era impossível, os times passaram a jogar pelo alto, dificultando a precisão nos passes e o domínio de bola. O Flamengo conseguiu se manter superior e teve mais chances de finalização. Num lance curioso, Michael, na entrada da área, deu a bola de presente para um jogador do Vitória. No intervalo, o meia admitiu que se confundiu com a camisa rubro-negra do rival.
- Confundi a camisa mesmo. Estava de cabeça baixa e achei que fosse o Adriano ou algum outro companheiro - disse.
Na saída de campo, os jogadores retrataram a caótica situação do campo.
- O gramado está sem condições. Foi bom que marcamos (gol) no início - disse Love.
- Temos aproveitar mais as bolas alçadas na área e uma bobeira do Flamengo para tentar empatar - disse Júnior.
Gramado melhora, piora, e Vitória iguala
Com uma chuva menos intensa, o campo melhorou no início do segundo tempo. Mesmo assim, o Vitória começou fazendo valer o discurso de Júnior e alçou muitas bolas na área. Conforme a pressão do time da casa aumentava, a chuva fazia o mesmo. Em ritmo bem mais lento e mais recuado, o Flamengo quase sofreu o empate, aos oito minutos, em cabeçada de Uellinton.
Não demorou para o gramado voltar a ficar encharcado e provocar os mesmos problemas do primeiro tempo. Desta forma, as chances de gol foram escassas. Aos 26 minutos, Gabriel chutou rente à trave de Bruno. A jogada foi construída justamente em uma bola alçada na área do Flamengo.
Adriano e Vanderson disputam a bola na água.
(Foto: Agência Estado)
Sentindo que seus times estavam cansados (provavemente por conta do gramado pesado), os técnicos promoveram mudanças. Mesmo assim, o panorama do jogo não mudou. O Flamengo poderia ter "matado" a partida quando Petkovic (que substituiu Love) recebeu livre pela esquerda, mas errou o passe para Adriano, que fechava de carrinho na pequena área. Dois minutos depois, o Imperador deu mais uma demonstração do seu poder no Flamengo. Rogério Lourenço iria tirá-lo de campo para a entrada de Bruno Mezenga. Mas ele disse que queria continuar em campo, e Maldonado entrou no lugar de Toró.(Foto: Agência Estado)
No momento da substituição, o Vitória conseguiu o empate. Fierro cometeu uma falta desnecessária em Elkeson, perto da meia-lua. O próprio camisa 10 bateu colocado, Bruno ainda tocou na bola, mas não teve jeito: 1 a 1, aos 40.
Petkovic ainda teve a chance de desempatar para o Fla nos acréscimos, mas acertou o lado de fora da rede, em chute de pé esquerdo, da grande área. Fim de jogo, e os rubro-negros baiano e carioca continuam sem vencer no Brasileirão.
Vinicius, Rafael Cruz, Vilson (Gabriel), Reniê e Maurim; Vanderson, Uellinton (Lenílson), Ricardo Conceição e Elkeson; Neto Berola (Kleiton Domingues) e Júnior. | Bruno; Léo Moura, David, Ronaldo Angelim e Juan; Toró (Maldonado), Willians, Kleberson e Michael (Fierro); Vagner Love (Petkovic) e Adriano. |
Técnico: Ricardo Silva | Técnico: Rogério Lourenço |
Gols: Vagner Love aos 2 do primeiro tempo; Elkeson, aos 40 do segundo tempo. | |
Cartões amarelos: Vilson, Neto Berola e Elkeson (Vitória). | |
Estádio: Barradão, em Salvador. Data: 15/05/2010. Árbitro: Paulo Cesar Oliveira (Fifa-SP) Auxiliares: Marcio Luiz Augusto e Vicente Romano Neto (Ambos de SP) |