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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Adriano: 'Voltei e fui campeão brasileiro. Ganhar a Libertadores seria inexplicável'

Ele nega desejo de voltar à Itália, reconhece não estar 100% e, apesar de treinar menos, acha que para Fla manter nível alto 'tem de trabalhar sempre'
Rodrigo Benchimol Rio de Janeiro

Adriano disputa a bola com Lenon:  atacante promete 'um outro Flamengo' na Libertadores

A primeira entrevista coletiva de Adriano no ano foi marcada pela calma no discurso, mesmo na hora em que foi perguntado sobre as provocações da torcida do Botafogo. O Imperador lamentou a derrota e disse que o time "para manter o nível alto tem de trabalhar sempre", apesar de ser o jogador que menos treina e reconhecer  não estar 100% fisicamente - "estou setenta, oitenta por cento".

Alheio às polêmicas,  o atacante afirmou que está no Flamengo por amor e não por dinheiro.

- Senão eu ficava lá (na Itália) e não mandava embora R$ 14 milhões – disse Adriano, que na última semana afirmou a uma emissora italiana que se sentia pronto para voltar ao país. 

O Imperador não garantiu se ficará na Gávea até o fim de seu contrato, no meio do ano. Mas deixou bem claro qual é o seu objetivo: escrever seu nome na história do clube conquistando a Libertadores.

- Voltei para o Flamengo e fui campeão brasileiro no primeiro ano. Conquistar a Libertadores no segundo seria inexplicável

O atacante está confirmado contra o Universidad Católica, nesta quarta-feira, no Maracanã, na estreia rubro-negra na competição. Mas desfalcará o time contra o Macaé, às 19h30m (horário de Brasília) de sábado, em Volta Redonda, pela Taça Rio. Ele estará com a seleção brasileira para o amistoso contra a Irlanda, dia 2 de março, na Inglaterra.  Confira abaixo os principais trechos da coletiva de Adriano.

Como estão o Flamengo e o Adriano para a estreia na Libertadores? Aumenta a responsabilidade pelo fato de o time ser o atual campeão do Brasileiro? 

- A ansiedade aumenta por sermos o campeão brasileiro. Isso nos dá mais responsabilidade. Estamos no caminho certo. Não ganhamos do Botafogo, mas isso acontece. É bom para aprender. Não somos de ferro e sabíamos que um dia iria acontecer. De repente faltou um pouco mais de alegria, de seriedade. Mas foi bom para aprendermos. Para manter o nível alto tem de trabalhar sempre. O título (da Libertadores) será muito importante para todos nós. Sabemos que nós ficaremos na história. Voltei para o Flamengo e fui campeão brasileiro no primeiro ano. Conquistar a Libertadores no segundo seria inexplicável


Como está sua cabeça para a estreia desta quarta?

- É importante jogar uma Libertadores com a camisa do Flamengo. Sei da minha responsabilidade e espero ter uma boa atuação para esquecer a derrota para o Botafogo. Como tem pouco tempo, não deu ainda para esquecer. Mas agora só estamos pensando na Libertadores e queremos mostrar o que podemos fazer em campo. É outro Flamengo. Peço ao torcedor que compareça. Para nós é importante ter o calor e o afeto deles. A torcida é o 12º jogador em campo. Libertadores é uma competição muito forte. Mas tive experiências boas em competições assim. Os jogadores chegam mais forte, o juiz não marca tantas faltas, mas já estou acostumado.

O Andrade já passou alguma coisa sobre o título de 81 para vocês?

- Ainda não. Mas esperamos que ele possa comentar alguma coisa. É uma responsabilidade boa e o Flamengo tem tudo para ir bem.

Como recebeu as provocações da torcida do Botafogo com relação ao Império do Amor?

- É normal quando se trata de dois jogadores importantes. Mas não atingiu ninguém. Somos dois jogadores vividos, temos nossa consciência tranquila, e sabemos que os torcedores adversários vão querer fazer de tudo para nos desestabilizar.

Recentemente você deu uma entrevista a uma emissora de Tv italiana dizendo que poderia voltar para a Itália. Qual a possibilidade de isso acontecer? Quais são seus planos para o futuro?

- Meu futuro eu não planejei. Quero fazer meu nome no Flamengo. Já consegui o Brasileiro e agora quero a Libertadores. Perguntaram se eu tinha capacidade de voltar para a Europa e eu disse que sim. Mas isso tem de ser pensado. Estou muito bem no Flamengo. Estou feliz e dinheiro não importa. Dinheiro nunca foi primeiro plano. Senão eu ficava lá e não mandava embora R$ 14 milhões. Se for bom para mim, eu vou. Se não for, eu fico.

Como o grupo recebe o fato de você ter regalias?

- Dentro do grupo eu sou muito tranquilo. Todas as vezes que eu não vim eu avisei. É só perguntar ao Isaías (Tinoco, gerente de futebol) ou ao Marcos Braz (vice de futebol). É porque é o Adriano, se fosse outro jogador...

Como está o Adriano fisicamente e psicologicamente, não só planejando o seu ano no Flamengo, mas também na seleção brasileira? 

- Fisicamente, estou setenta, oitenta por cento. Mas daqui a pouco eu chego a cem por cento. De cabeça, estou feliz, tranquilo, e é só manter a calma.

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