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segunda-feira, 8 de março de 2010

Rubro-Negro da Venezuela ainda busca ser o mais querido do seu país

Adversário do Flamengo nesta quarta, pela Libertadores, Caracas quer unir hegemonia de títulos à popularidade

  Divulgação/Divulgação

Cartaz dá força ao time do Caracas

Na autoestrada Francisco Fajardo, que liga a região central à metropolitana da capital da Venezuela, um outdoor chama a atenção. Em meio à divulgação da nova camisa do Caracas está a mensagem “Siéntete Grande” (Sinta-se grande). A frase pode servir como um estímulo ainda maior para uma equipe que veste as mesmas cores do Flamengo, mas ao contrário do seu adversário desta quarta-feira, pela segunda rodada da fase de grupos da Libertadores, ainda busca chegar ao menos perto da popularidade do brasileiro.

Quando se fala em conquista de títulos nacionais, o Caracas Fútbol Club, com boa vontade, pode se considerar o Flamengo da Venezuela. Afinal, nenhum outro clube de seu país soma os mesmos dez títulos nacionais. No entanto, ainda existe a luta para transformar estas conquistas em popularidade, quesito no qual o Deportivo Táchira, da cidade de San Cristóbal, ainda não foi batido. A briga é difícil, já que o beisebol é o esporte que atrai mais torcedores. Por conta disso, as partidas de "Los Rojos" (Os Vermelhos) em seu estádio atraem, em média apenas seis mil pessoas, deixando vazia a maior parte dos mais de 20 mil lugares.

Mas quando há grandes adversários, a torcida do Caracas comparece. E isso promete acontecer diante do Flamengo. Será mais uma oportunidade para a equipe da capital continuar a subir os degraus com a rapidez desde que foi adquirido por Guillermo Valentiner, em 1989.

O começo de tudo

Inicialmente, a ideia do dono de um grande laboratório farmacêutico era montar uma equipe de beisebol, mas a liga do país não permitiu. Valentiner, que morreu no fim do mês passado, decidiu, então, investir no futebol, e adquiriu os direitos de um clube que vivia em dificuldades. A partir de então iniciou-se o crescimento exponencial do Caracas, que conquistou dez títulos nacionais em 20 anos de sua Nova Era, como é chamado o renascimento.

Para começar, o empresário decidiu mudar a cor do clube. O branco deu lugar ao vermelho, o mesmo do Bayern de Munique, a grande paixão de Valentiner. Ele, inclusive, contratou alguns jogadores do terceiro escalão da Alemanha para reforçar o Caracas, assim como os melhores atletas da Venezuela. O clube não demorou muito a subir até ser campeão nacional pela primeira vez em 1993.

  Divulgação/GRUPO KEYSTONE

Prieto comemora gol da vitória no sábado

Nos primeiros anos, a maior parte dos torcedores do Caracas estava resumida aos funcionários do laboratório de Guillermo Valentiner. Embora ainda não tenha, nem proporcionalmente, o mesmo tamanho do Flamengo, os Vermelhos sabem que vencer o clube mais popular do Brasil pode ser o remédio ideal para chegar perto disso.

Atualmente o Caracas lidera o Torneio Clausura, com 15 pontos em sete partidas disputadas sob o comando de Noel Sanvicente, seu técnico há quase oito anos. No último sábado, o atacante mexicano Rodrigo Prieto marcou o gol do triunfo por 1 a 0 sobre o Aragua, fora de casa.

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