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quarta-feira, 28 de julho de 2010

Entre lágrimas, Leandro Amaral agradece a Fla e Zico: ‘É inesquecível’

Atacante lamenta descaso do Flu, mas prefere exaltar quem o apoiou: ‘Quando fiquei por baixo vi os meus amigos’

Eduardo Peixoto e Rodrigo Benchimol Rio de Janeiro
Atualmente, não é difícil fazer Leandro Amaral se emocionar. Basta o atacante refletir sobre o último ano e lembrar de quem, nos piores momentos, esteve ao lado dele que as lágrimas escorrem. Na manhã desta terça-feira, foi assim quando ele falou da esposa, dos filhos fisioterapeuta Marcelo Rato, do preparador físico Daniel Jouvin e... de Zico.
Leandro AmaralLeandro Amaral enxuga as lágrimas ao falar da recuperação (Foto: Eduardo Peixoto / Globoesporte.com)

O porto seguro para secá-las é o ombro da filha Valentina, que o acompanhou no treino no CFZ. Ao celebrar o acerto verbal com o Flamengo (o contrato será assinado até sexta-feira), o atacante fez um agradecimento especial ao diretor-executivo e ídolo do clube que passará a defender.


- O que o Zico e o Flamengo fizeram por mim é inesquecível. Quando estava por cima todo mundo batia nas minhas costas, mas só quando fiquei por baixo vi meus amigos de verdade. Uma pessoa dessa (Zico) não tem o carinho todo à toa. Dou muito valor às atitudes, até por ser um cara muito família – disse.


Mais do que a recuperação de uma cirurgia no joelho direito, Leandro teve que lutar pela vida. No ano passado, ele foi submetido a uma artroscopia no joelho direito, cuja previsão inicial dos médicos era de retorno em cerca de um mês. Mas uma infecção causada por um fungo (Candida Albicans) complicou o tratamento, que durou seis meses (sendo dez dias de internação e seis semanas com um cateter para receber fortes antibióticos).


- Eu podia perder a vida se a bactéria se transformasse em infecção generalizada. Tomei remédios fortíssimos e emagreci muito. Quando eu levantava da cama e dava dois passos parecia que tinha disputado uma maratona – relembrou o atacante, que completa 33 anos em agosto.


Incentivo dos filhos
Quando teve o problema, Leandro Amaral tinha contrato com o Fluminense. Ele lamenta a postura do clube, mas não guarda mágoa.

- Só o médico Victor Favilla foi me visitar no hospital. Quando ele me viu, pediu para eu esquecer o futebol e pensar na vida. O doutor Celso (Barros, presidente do patrocinador do Flu) me ligou algumas vezes. O Fluminense poderia ter me tratado de outra forma, mas passou. O importante é olhar para frente – afirmou.
O horizonte dele tem uma cena prevista. Leandro quer entrar em campo com a camisa rubro-negra acompanhado dos filhos trigêmeos (Valentina, Filippo e Lorenzo), de cinco anos.


- Eles me motivaram nos piores momentos. Queriam voltar a me ver em campo. Às vezes, em uma hora qualquer, um deles chegava perto de mim e falava: “Papai, você vai ficar bom”... – disse, antes de esconder o rosto no ombro de Valentina e enxugar as lágrimas.

A previsão é de que Leandro volte aos campos daqui a três semanas. Preocupado com a pressão sobre o jogador, Zico avisou:

- Ele não pode ser tratado como solução. É um jogador que está parado há um ano e vai nos ajudar no que for possível.

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