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sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Churrasqueiro e vendedor de pipoca, Deivid promete não 'pipocar'

POR DIOGO DANTAS
Rio - Deivid é mais um jogador que acabou fazendo sucesso longe de onde nasceu. Campeão por Cruzeiro e Santos, mas criado no subúrbio do Rio, o atacante lembra da infância pobre, quando vendia churrasquinho para ajudar a mãe, falecida há dois anos.


 Em entrevista ao O Dia Online, o reforço rubro-negro garante que está acostumado com a pressão da torcida por gols e títulos e diz que chega ao clube na próxima semana.
 
Ficou feliz com o desfecho da negociação?
Muito feliz. Correu tudo bem, resolvemos as coisas até a madrugada. Fiquei muito cansado, mas valeu a pena.



Preparado para saciar a fome de gol da torcida?

Estou preparado para a pressão, isso para mim não é novidade. Sou acostumado a jogar em time grande. E chegar para disputar títulos. Aqui na Turquia se tiver 30 jogos tem que ganhar os 30. O Fenerbahçe é o maior clube do país. Isso para mim não é um bicho papão. É mais o receio de como vai ser o encontro com a torcida.



Vai se emocionar?

Com certeza. Estou indo para realizar o sonho da minha mãe. Ela faleceu há dois anos, e tenho certeza que de onde ela estiver vai ficar bastante contente.



Como deve estar o pessoal de Marechal Hermes, onde você foi criado?

Deve estar em festa, meus irmãos, primos, amigos. Tenho conhecidos lá ainda.



Como foi a infância no bairro?

Eu vendia churrasquinho e pipoca para ajudar a minha mãe em casa. Depois de um tempo ela me disse que era para eu tentar realizar meu sonho.



Sempre foi torcedor do Flamengo?

Era torcedor desde pequeno, ficava com um radinho de pilha ouvindo os jogos. Metade da rua era de vascaínos e metade de flamenguistas. Quando o Flamengo ganhava era aquela zoação. Fomos criados dessa forma. Depois que vira jogador profissional a gente não tem aquele fanatismo de torcedor.



Mas você começou a jogar na escolinha do Botafogo?


Comecei no núcleo do Botafogo em Marechal (Rua Xavier Curado, 1705), passei para uma escolinha em Guagalupe. De lá fui para o Nova Iguaçu, onde joguei dos 12 aos 18 anos.



Você foi campeão brasileiro no Santos e no Cruzeiro. Está acostumado a disputar títulos, né?

Por onde passei eu conquistei títulos. Dá para repetir a dose no Flamengo. Estava olhando a tabela, estamos a um ponto do G-4. grupo dos 4, e temos um jogo fundamental agora contra o Atletico-PR. Somando três pontos em Curitiba e fazendo nosso papel no Maracanã já subimos bem.



Sabe quando joga?
Vou resolver as minhas situações na Turquia, a mudança da minha família. A apresentação deve ser na quinta ou sexta. Mas estou em condições de jogo. Só preciso de entrosamento.



O Zico foi peça chave pra sua contratação?

Foi. Quando fui para o Brasil de férias ele me ligou. Me perguntou se eu gostaria de voltar. Eu disse que não via problema, o projeto era bom. Sendo com ele, tem mais credibilidade.



Que Deivid a torcida vai ver em campo?


Não sou de área, nem gosto de ficar preso, prefiro cair pelos lados, vir no meio buscar o jogo. Mas na frente do gol eu não posso perdoar.

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