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sábado, 21 de agosto de 2010

Flamengo: Deivid não vê a hora de estrear

Nascido e criado no bairro de Marechal Hermes, subúrbio carioca, Deivid de Souza faz parte daquele infindável grupo de jogadores de futebol que teve uma infância pobre e venceu na vida graças ao talento natural e muita, mas muita dedicação.

Prestes a completar 31 anos, duas vezes campeão brasileiro (pelo Cruzeiro, em 2003, e Santos, em 2004) e da Copa do Brasil (Corinthians, em 2002, e Cruzeiro, em 2003) e independente financeiramente após passagens por Bordeaux-FRA, Sporting-POR e Fenerbahçe, o menino que não tinha dinheiro para ver o Flamengo jogar na adolescência está prestes a realizar o sonho de infância. E do lugar onde a maioria de seus amigos de Marechal Hermes gostaria: no comando do ataque rubro-negro.

Qual a sua expectativa para esta volta ao futebol brasileiro, para jogar pelo primeira vez num grande clube do Rio, que é a sua cidade?

Ah, é a melhor possível. Sonho com grandes jogos, em conquistar títulos, com tudo isso. O futebol carioca está por cima novamente. Deco e Belletti estão no Rio, agora eu e o Diogo também. Acho que a tendência é que tenhamos grandes jogos, com casa cheia. Há cinco anos, nem sonhava jogar no futebol do Rio. Mas agora as coisas são diferentes. Já temos credibilidade.

O que você acha que foi fundamental para esta mudança?

As pessoas, como Zico e Muricy, por exemplo. A gente sente segurança quando vai trabalhar com uma pessoa de caráter. Há dois meses e meio, eu estava de férias no Brasil e falei com o Zico, que me perguntou se eu queria jogar no Flamengo. Já havia trabalhado com ele na Turquia, sei que é um cara de palavra e não pensei duas vezes antes de aceitar voltar. O mais importante numa pessoa é o caráter. Dinheiro se ganha e se gasta. Caráter é para sempre.

Você tem acompanhado o time do Flamengo? O Zico disse que, com a sua chegada e a do Diogo, o time pode brigar pelo título de novo.

No papel está bonito, mas temos de ver na prática. Já disputei o campeonato português, francês, turco, e sei que o Brasileirão é o mais difícil do mundo. É um clássico a cada três dias. Mas o Flamengo tem que brigar sempre pelos títulos, sim.

O Renato já te deu as boas vindas. Lembrou do tempo em que jogaram juntos no Corinthians e disse que você vai ajudar muito o time.

Não foi só no Corinthians, não. Jogamos juntos até no Joinville, em 1999. Renato é um cara muito gente boa com quem trabalhei. Vai ser um prazer reencontrá-lo.

E reencontrar a torcida do Flamengo? Você ia muito ao Maracanã?

Ia nada. Para eu conseguir arrumar R$ 1 era muito difícil. Ficava mais no radinho. Agora, estou ansioso para entrar em campo com a torcida a meu favor. Sei bem como é ela, já joguei contra várias vezes. Mas agora o casamento tem tudo para ser perfeito.

E suas maiores lembranças do tempo de torcedor?

Hummm... aquele gol do Maurício, do Botafogo. E o gol de barriga do Renato Gaúcho, do Fluminense, no ano do nosso centenário.

Pô... só tragédia (risos). Aí não vale. Conta um jogo que te deu alegria...

Pois é, sofri muito nestes jogos (risos). O que me lembro de ter vibrado mais foi o título da Mercosul de 99, com gol do Lê no finalzinho.

E data para chegar, para estrear, já tem?

Ainda não. Preciso resolver as coisas aqui, como entregar casa, vender carro, essas pendências. O Zico morou aqui e sabe que demora um pouquinho. Mas no meio da semana, talvez na quarta-feira, eu possa estar de volta ao Brasil. Estou bem fisicamente, mas deixa eu chegar, primeiro, para ver quando estrear, essas coisas. Não vai demorar, não.

Fonte: Caio Barbosa - Jogo Extra

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