Chilenos lamentam despedida de Bottinelli e apostam em fama no Fla
Repórter do jornal La Tercera elogia técnica do meia. Roberto Gutierrez, companheiro de quarto nas concentrações, ressalta ambição
Os que comemoram a chegada de Darío Bottinelli ao Flamengo argumentam que os torcedores do Universidad Católica, atual campeão chileno, lamentaram a perda de um dos importantes nomes da memorável campanha de 2010. Quem torce o nariz para o novo argentino da Gávea lembra que o Atlas, clube mexicano que vendeu o meia para os rubro-negros, aposta em Lucio Flávio, o "Pelé Branco", como principal armador da equipe em 2011. O GLOBOESPORTE.COM levanta números e curiosidades da carreira de Botinelli em busca de respostas para o que Vanderlei Luxemburgo terá em mãos na próxima temporada.
Para os chilenos, a diretoria rubro-negra fez um bom negócio. Nesta quinta, o jornal La Tercera dá a notícia da saída de Bottinelli para o Flamengo dizendo que o clube “perdeu uma peça-chave na conquista do título chileno”. Cristian Barrera, repórter de esportes do diário, acredita no sucesso de Bottinelli no Brasil.
- Ele tem um estilo de jogo parecido com o do Montillo e do Conca. Tem muita técnica, gosta de jogar centralizado, conduz bem a bola, e arrisca nos chutes de média distância. Foi muito importante para o título. E além de tudo é uma pessoa querida, simpática, se dá bem com todo mundo. Cartamente a Católica vai sentir falta dele, o Flamengo fez uma boa contratação.
No El Mercúrio, o atacante Roberto Gutierrez, um dos destaques do time, com seis gols em 14 jogos, lamentou a despedida do amigo.
- Será difícil aparecer um jogador como Darío, não só por sua qualidade, como também pelo que representava para o grupo - diz Guitierrez, que define o argentino como um jogador de metas ambiciosas.
.- Dividia o quarto com ele nas concentrações, conhecia sua família... Ele sempre me dizia que iria para o Barcelona ou para o Real Madrid.
Três gols na caminhada do título chileno
Bottinelli começou 2010 no Atlas. O time não foi muito bem no Clausura, eliminado da fase final por ter terminado em terceiro lugar no Grupo 1 - os classificados foram Chivas e Toluca. O argentino foi titular em 11 jogos, com quatro cartões amarelos e um vermelho. Foram três gols marcados na campanha. O primeiro foi na vitória por 2 a 1 sobre o Santos Laguna, de pênalti. Depois, fez mais um em bela arrancada na goleada de 7 a 1 sobre o Indios. A saideira foi com estilo: uma bomba de fora da área na derrota por 3 a 1 para o San Luis.
Depois da eliminação, Bottinelli foi emprestado pelo Atlas ao Católica em julho. Na ocasião, o time já despontava como forte candidato ao título chileno, com 66% de aproveitamento. Com o argentino, o percentual subiu para 77%. Botinelli disputou os quatro primeiros jogos entrando no segundo tempo. Depois, tomou conta da posição por 12 partidas. Ao todo, Foram 12 vitórias, um empate e três derrotas, com três amarelos e mais três gols marcados.
O primeiro foi no dia 22 de agosto, na vitória por 4 a 1 sobre o San Luis. O meia tabelou pela esquerda, entrou na área e tocou com estilo, no canto. O segundo aconteceu no dia 12 de novembro, quando o argentino cobrou falta no ângulo na vitória sobre o Huachipato por 2 a 0. O terceiro gol também foi de falta e abriu caminho para a goleada por 4 a 2 no clássico contra o Universidad de Chile. Era a antepenúltima rodada, com aproximadamente 25 mil pessoas no estádio. Bottinelli ajudou o time a despachar aquele que foi o principal algoz do Flamengo na temporada - com o porém de que Montillo, destaque na Libertadores, já estava brilhando pelo o Cruzeiro.
Para dirigente, clube não precisa dispensar um estrangeiro
Com a chegada de Botinelli, o Flamengo passa a ter quatro estrangeiros no elenco. Só é permitida a escalação de três jogadores de fora do país, mas, segundo Luiz Augusto Veloso, diretor de futebol do Flamengo, isso não significa que Maldonado, Petkovic ou Fierro terão de sair.
- Vemos com frequência na Europa os clubes terem mais jogadores estrangeiros que o direito de inscrição permite. Isso não significa nenhuma exclusão. Foi uma contratação refletida, feita às escondidas, conversamos com fontes confiáveis na Argentina, México e Chile, e a gente se convenceu que seria um investimento interessante para o clube. Nosso elenco é jovem, e o Vanderlei está muito entusiasmado com esse reforço. Estamos trabalhando desta maneira, tentando rejuvenescer o elenco. O presente de Natal, por enquanto, é o Felipe e o Darío. Desde as oito da manhã ele está sendo revirado de cima para baixo para nós conhecermos as condições de saúde do jogador, que já era boa, mas como se trata de uma contratação internacional, tem que ser uma análise minuciosa - disse o dirigente, em entrevista à Rádio Brasil.
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