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sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Contestados, Welinton e Rosário buscam o Fla-Flu da afirmação


Novamente titulares e com o apoio de Luxa e Abel, zagueiros relembram momentos difíceis e mostram confiança na reta final do Brasileirão



Zagueiros contestados e que voltaram a sorrir. Welinton e Márcio Rosário estarão em lados opostos no Fla-Flu do próximo domingo, às 16h (de Brasília), no Engenhão, pela 28ª rodada do Campeonato Brasileiro, mas traçaram caminhos até certo ponto semelhantes no objetivo de conquistar a confiança de suas torcidas, na Gávea ou nas Laranjeiras. Seja com boas atuações ou com um gol salvador no último minuto, ambos miram o mesmo fim: a afirmação justamente no clássico decisivo.
Montagem - Welinton e Marcio Rosario, Flamengo x Fluminense (Foto: Editoria de Arte/Globoesporte.com)Welinton e Márcio Rosário: lados diferentes no Fla-Flu do próximo domingo, mas um só objetivo no clássico (Foto: Editoria de Arte/Globoesporte.com)
Com 44 pontos na tabela de classificação do Brasileirão, Fluminense e Flamengo correm juntos na lutam pelo título nacional. Superior no primeiro critério de desempate, o número de vitórias (14 a 11), o Tricolor ocupa a quinta posição. O Rubro-Negro vem logo atrás, em sexto. Ingredientes a mais para aquele que é considerado o clássico mais charmoso do país.
Se agora a fase se anuncia boa, Rosário e Welinton passaram por situações nada agradáveis recentemente. Prata da casa e titular desde que o técnico Vanderlei Luxemburgo assumiu o comando do Flamengo, há um ano, Welinton caiu em desgraça com a torcida justamente em um clássico. Diante do Vasco, o zagueiro saiu jogando errado, teve que fazer a falta em Diego Souza para evitar o gol adversário e acabou expulso ainda no primeiro tempo. O castigo veio em forma de vaias, que já eram constantes antes mesmo do episódio, e barração. Welinton ficou fora da derrota por 3 a 1 para o Bahia. Mas, por mais rápido que tenha sido o problema, o que mais lhe incomodou foi o desprezo daqueles que deveriam lhe apoiar.
- Estou dando muito valor ao apoio da torcida, é uma coisa que eu estou conquistando, não veio de graça, tive que trabalhar muito para isso, suportar momentos muito complicados, eles só vaiavam, independentemente do que acontecesse, agora estão começando a aplaudir. Espero que seja sempre assim. Para chegar até aqui, passei por grandes momentos. Mas tive também uma fase muito complicada. Graças à Deus a torcida está voltando para o meu lado e começando a apoiar. Não é por acaso que tenho alcançado marcas importantes (Welinton completou 100 jogos recentemente), é fruto de muito trabalho. Sou muito focado nos meus objetivos e nos meus sonhos - explicou.
Situação parecida viveu Márcio Rosário. Antes mesmo de ser contratado, o zagueiro já era visto com desconfiança nas Laranjeiras. Nem mesmo a indicação do técnico Abel Braga foi capaz de superar a passagem apagada pelo Botafogo. Titular em boa parte do primeiro turno por causa da lesão de Leandro Euzébio, o camisa 4 era sempre questionado, mesmo sem falhas gritantes. Com a volta do titular, o retorno ao banco foi natural. Veio então a contusão de Gum. Mas Abel preferiu apostar em Digão. Coube a Rosário entrar apenas nos instantes finais da partida contra o Santos. E, em apenas oito minutos em campo, o antes rejeitado virou herói como autor do gol salvador. Alegria, sim. Mas nada capaz de lhe tirar das palavras pausadas as lembranças dos dias difíceis.
- Foi um momento muito ruim. Cheguei no Fluminense e era visto com desconfiança por todos. Meio deselegante até. Mas faço sempre meu melhor. Treino com seriedade. Mesmo fora do time eu sempre me esforcei. Treinei com seriedade. Posso jogar um ou dois minutos, mas estou feliz. Para jogar futebol é preciso alegria. Contra o Santos, graças a Deus, eu pude dar a vitória ao time. Falhas fazem parte do futebol. Um dia você erra, no outro acerta. Tenho que trabalhar para mostrar aos torcedores que eu posso ajudar. Joguei poucos anos no América de Natal, depois Inter de Santa Maria e já fui para fora do país. Era até estranho tanta desconfiança sem nem me conhecerem. Mas isso não me irrita. Tenho que provar em campo sempre que posso estar ali - opinou.
Luxa e Abel: Dois técnicos, dois incentivadores
Além da história recente de superação, os adversários têm outro aspecto em comum: a confiança de seus comandantes. Se por um lado Rosário foi indicado por Abel, com quem já trabalhou no Al Jazira, dos Emirados Árabes, Welinton virou titular justamente após a chegada de Luxemburgo.
- Completar um ano de titular no Flamengo não é nada fácil, estou muito orgulhoso por estar alcançando essa marca com a camisa do Flamengo. Sou muito grato à minha família por sempre estar ao meu lado na busca pelos meus objetivos. Agradeço também aos meus companheiros que sempre me ajudam e ao Vanderlei que sempre confiou no meu trabalho - disse Welinton.
Rosário foi além e elegeu Abelão como o técnico mais importante de sua carreira.
- Sempre tive uma boa relação com o Abel. Estava no Inter de Santa Maria e ele no Internacional. Dei dois passes para gols e acabei chamando a atenção. Até hoje estamos juntos. Tenho o maior respeito por ele. Se não fosse pelo Abel, eu não estaria no Fluminense. Foi ele também que me indicou ao Botafogo. É sem dúvida o técnico mais importante da minha carreira. Só tenho a agradecer - finalizou.
Zagueiros, contestados, titulares e em busca de paz. Rosário e Welinton podem até estar em lados diferentes. Mas voltaram a sorrir recentemente e lutam pelo mesmo objetivo no Fla-Flu do próximo domingo. Uma palavra pequena, de nove letras, mas que tem um grande significado para quem já foi vaiado e criticado: afirmação.

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