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segunda-feira, 31 de maio de 2010

Após 20 anos, Zico volta ao Fla com promessa de credibilidade

Além de transformar o futebol, novo diretor-executivo também pode ajudar o clube a buscar novas oportunidades e fortalecer o marketing

Por Rodrigo Benchimol Rio de Janeiro
zico, entrevistaZico assume o futebol do Flamengo

No dia 6 de fevereiro de 1990, Zico adentrou ao Maracanã para vestir pela última vez a camisa do Flamengo, no empate por 2 a 2 contra o World Cup Masters. No dia 30 de maio de 2010, pouco mais de 20 anos depois, ele volta ao clube após acerto com a presidente Patrícia Amorim para ser o novo diretor-executivo do departamento de futebol do Flamengo. Com o cargo, ele assume as responsabilidades das renovações e contratações de jogadores e da profissionalização do departamento. Mas ele também passa a ser a maior estrela do clube, possibilitando novos parceiros e diversas ações de marketing.
Nesse tempo em que esteve fora do Flamengo, Zico fez de tudo um pouco. Logo depois que se despediu da Gávea, assumiu o cargo de Secretário Nacional de Esportes, com status de ministro do governo do então presidente Fernando Collor. Um ano depois, em 1991, seguiu para o Japão, onde ajudou a desenvolver o futebol no país, seja como jogador ou treinador.
Em meio a isso tudo, foi coordenador-técnico da seleção brasileira na Copa do Mundo de 1998, na França. Depois de ser treinador da seleção japonesa, a quem comandou na Copa de 2006, passou pelo Fenerbahçe, da Turquia, pelo Bunyodkor, do Uzbequistão, pelo CSKA Moscou, da Rússia, até chegar ao Olympiakos, da Grécia.
Durante esses 20 anos “longe” do Flamengo, houve algumas aproximações. A principal delas talvez tenha sido a campanha publicitária das pulseiras rubro-negras para construir o Ninho do Urubu, em 2005. Também foi o principal garoto propaganda quando a uma empresa fabricante de cervejas patrocinou o clube, em 2006. Mesmo ano em que seu filho Thiago Coimbra foi jogador profissional na Gávea. Mas depois disso, manteve a distância (sem se esquivar de emitir opiniões) até a aproximação, em 2009, para a parceria com o CFZ, que foi concretizada este ano.
Zico no Flamengo
 
702 jogos
 
509 gols
 
4 Campeonatos Brasileiros
 
1 Libertadores
 
1 Mundial interclubes
 
7 Estaduais
Confirmado o seu retorno ao Flamengo como diretor-executivo, o Galinho também pode voltar a ajudar como garoto-propaganda, direta ou indiretamente.
- A chegada dele é uma grande comoção. É preciso ter um olhar diferente sobre o retorno dele, seja para comandar o futebol ou até mesmo pelo olhar do marketing. O Zico é tudo – disse a presidente Patrícia Amorim, que frisou bem a questão da credibilidade que o retorno dele dá ao Flamengo.
Com base nisso, o departamento de marketing rubro-negro pretende se reunir nos próximos dias para ver o que será possível fazer para ajudar a explorar da melhor maneira todo o potencial da junção de duas marcas gigantes (Flamengo e Zico) para atrair novos parceiros e produtos.
- Para o marketing e para o Flamengo em geral é ótimo o retorno dele. Mas ainda não tivemos tempo de trabalhar nada. Eu não estava nem sabendo. O Zico é um cara que sempre atrai coisas positivas. É referencia mundial no que faz. Independentemente de qualquer ação de marketing, só a presença do Zico já agrega muita coisa, dentro e fora do Brasil. A pessoa dele atrai credibilidade, abre portas e facilita muitas coisas. E isso unido ao próprio Flamengo tornam as coisas ainda maiores – explicou Henrique Brandão, vice-presidente de marketing e comunicação do clube.
O potencial da união entre Flamengo e Zico pode ser expresso pelos números do que eles fizeram juntos há 20 anos. Foram 702 jogos vestindo a camisa rubro-negra (só perde para Júnior, com 874), 509 gols (maior artilheiro), um Mundial, uma Libertadores, quatro Brasileiros e sete Estaduais. Fora o imensurável sentimento proporcionado por ele ao liderar a geração mais importante da história do clube. Basta lembrar o exemplo de que no ano passado ele levou mais de 70 mil pessoas (boa parte rubro-negra) ao Maracanã para sua tradicional pelada de fim de ano.
Vinte anos se passaram desde a sua despedida, em 1990. Mas não há como falar do Flamengo sem o Zico, ou do Zico sem o Flamengo. É por isso que o seu retorno está sendo tão festejado pelos rubro-negros.

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