No primeiro Fla-Flu do Engenhão, rivais empatam em jogo de seis gols
Deivid e Renato desencantam no Rubro-Negro. Tricolor, que perde a liderança depois de 11 rodadas, tem como destaque Rodriguinho
O Engenhão recebeu as boas-vindas do que é um Fla-Flu. Tudo bem que nas arquibancadas houve decepção, com apenas 15 mil pagantes, mas dentro de campo os rivais fizeram jus ao clássico e empataram por 3 a 3, na noite deste domingo. O resumo da boa partida foram os aplausos das duas torcidas ao fim do jogo.
A partida foi especialmente ruim para os dois sistemas defensivos. Mas também houve quem se destacasse. No lado do Fla, após receber bênção do padre Benedito na sexta-feira, Deivid desencantou. Renato também, em bela cobrança de falta. O Fluminense, mesmo desfalcado de Diguinho, Deco, Emerson e Fred, se superou e encontrou em Rodriguinho sua principal peça. O jogador fez dois gols.
O resultado tira o Tricolor da liderança depois de 11 rodadas. O time, que na quinta-feira recebe um desesperado Atlético-MG, soma 42 pontos, contra 44 do Corinthians, que tem um jogo a menos. Na tabela, o empate também não agregou muito ao Rubro-Negro, que caiu do 14º para o 15º lugar, com 27 pontos. Na quarta-feira, o adversário será o Grêmio no Olímpico.
Antes de o jogo começar, o Fluminense tinha uma vantagem de 12 posições e 15 pontos sobre o Flamengo. Mas a diferença não bastou para os tricolores dominarem as arquibancadas. Havia pelo menos o dobro de rubro-negros.
Flu abre o placar cedo, e Deivid desencanta pelo Fla
Um dos pontos fortes do Flu, a jogada aérea fez a diferença aos oito minutos. Após cobrança de escanteio da direita, Rodriguinho desviou na primeira trave, e Leandro Euzébio apareceu livre para abrir o placar, aos sete minutos. Euforia da minoria presente no Engenhão. O Flamengo teve muita dificuldade no lado esquerdo. Sem Juan, o vaiado Rodrigo Alvim tomou sufoco de Mariano. Mas o meio-campo estava melhor do que em jogos anteriores. Diogo sofreu falta na entrada da área, e Léo Moura cobrou rente à trave esquerda.
A autossuficiência de Gum custou caro aos 22. Depois de dividir com Diogo, o zagueiro vacilou na grande área e perdeu a bola para Kleberson. O Penta cruzou, e Deivid, na segunda trave, chutou de primeira para empatar. Foi o primeiro gol dele depois de quatro jogos de jejum.
David Braz barrou Jean e justificou a escalação aos 26, quando desarmou Washington na entrada da pequena área, após bola cruzada da direita. A jogada fatalmente resultaria em gol - daí a efusiva comemoração do zagueiro após o lance.
O zagueiro David Braz comemora gol da virada do Flamengo na etapa inicial (Foto: Nina Lima / VIPCOMM)
Sem Deco e postado defensivamente, o Fluminense ameaçou sobretudo em bolas lançadas pelo alto. Mas foi na versão rasteira do gol tricolor que o Flamengo virou o placar. Kleberson cobrou, Diogo desviou na primeira trave, e David Braz, de carrinho, marcou. Na comemoração, ele fez questão de ir ao banco abraçar Jean. Os tricolores não se conformaram com a derrota parcial e vaiaram muito o time ao fim do primeiro tempo.O intervalo foi marcado pela selvageria na tribuna de honra. Convidados do Flamengo, o mandante do jogo, ficaram próximos à torcida do Fluminense e eram quase obrigados a sair do local. A repressão não deu certo, e logo houve diversos focos de tumulto. No pior deles, o presidente do Conselho Fiscal do Flamengo agrediu e foi agredido por policiais. Um delegado da Polícia Civil, que estava à paisana com um casaco do Fla, interveio com uma metralhadora para contornar o problema.
Segundo tempo tem golaços de Rodriguinho e Renato
Dentro de campo, Muricy Ramalho desmontou o 3-5-2 e colocou Marquinho na vaga de André Luis. O Fluminense sufocou e perdeu boas chances, aproveitando-se da desatenção do sistema defensivo rival. Na melhor delas, aos oito, Washington chutou no lado de fora da rede. O meio-campo do Flamengo, como sempre, cansou. Kleberson não chegou ao ataque como no primeiro tempo, Renato errou passes, e Willians, com cartão amarelo, tinha que se desdobrar.
O previsível se transformou em verdade aos 19. O volante Diogo se aproveitou da frouxa marcação rubro-negra no meio e fez um passe em profundidade. Rodriguinho deu drible espetacular em David Braz e chutou no alto, sem chances de defesa para Lomba: 2 a 2.
Mas o empate durou só dois minutos. Se na parte técnica Renato não estava bem, ele resolveu na sua especialidade. Aos 21, cobrou falta com muita força no ângulo direito de Rafael. Um golaço. Na comemoração, emoção. Ele ficou ajoelhado por alguns segundos e levou as mãos ao rosto.
Rodriguinho substitui Deco, vetado, e se destaca: dois gols e uma assistência (Foto: Agência Photocâmera)
Silas trocou David Braz e Diogo por Jean e Diego Maurício, respectivamente. Só que a zaga - desprotegida pelo meio-campo que se arrastava - continuou exposta. Aos 28, Rodriguinho aproveitou outra jogada de escanteio e igualou: 3 a 3. Foi a senha para a torcida do Flu, até então desconfiada, puxar o clássico “time de guerreiros”.O time de guerreiros correspondeu e sufocou. Aos 30, Fernando Bob recebeu ótimo passe de Washington e, livre, chutou por cima. O Flamengo ficou desorganizado, sem saída de bola e demonstrando falta de preparo físico. Em uma das poucas jogadas de contra-ataque, Renato cruzou, e Deivid completou na pequena área. Rafael, ao melhor estilo do até então titular Fernando Henrique, salvou com o pé direito. Já nos acréscimos, Marquinho quase se tornou o herói da noite. Num belo chute de virada, errou o alvo por muito pouco.
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