Val Baiano: ‘Não estou no Flamengo para ser humilhado’
Depois de três gols em dois jogos, atacante celebra nova fase e diz que depois do gosto amargo trajetória dele no Rubro-Negro terá sabor de mel
Por Eduardo PeixotoRio de Janeiro
O fim do jejum de dez jogos aconteceu na quinta-feira. Mas faltava confirmar que os dias de “secura” e agonia ficaram para trás. Val Baiano conseguiu. Em apenas 16 minutos, o atacante fez dois gols quase iguais no empate por 2 a 2 com o Avaí.
Ele queria mais. Pretendia marcar o terceiro e, pedindo a música no Fantástico, dar trilha sonora à nova fase. Uma das letras preferidas dele diz que o “a prova tinha um gosto amargo, mas minha vitória hoje tem sabor de mel”.
Val degustou bem o sabor amargo de jogar no Flamengo. Virou motivo de chacota, apelidos ofensivos e sinônimo de um time sem rumo pós-saída de Adriano e Vagner Love. Ele suportou tudo ao lado da esposa Débora, grávida de cinco meses de Daison, e do filho Dauan, de seis anos.
Nesta entrevista ao GLOBOESPORTE.COM, o atacante celebra a chegada de Vanderlei Luxemburgo, revela seu peso e admite que um gol perdido poderia ter acabado com a carreira dele no Flamengo.
GLOBOESPORTE.COM: Depois do gol contra o Atlético-GO, você disse que tirou “Cristo das costas”. Qual foi a sensação ao marcar duas vezes contra o Avaí?
VAL BAIANO: De alívio. Tomei porrada de todos os lados. Mas encontrei a força nas pessoas que me rodeiam. Minha família, o pastor Fernando (religioso que frequenta a concentração do Flamengo) ... Procurei me apegar a Deus. Achei que não fosse suportar tanta pressão, mas Deus colocou o Vanderlei na hora certa e recebi toda confiança dele. Fiquei mais feliz por ver o torcedor gritar meu nome. Fiquei mais leve, confiante. E também pelo apoio dos meus companheiros. Léo Moura deu força e lembrou que o Obina também tinha passado por isso no Flamengo ano passado.
VAL BAIANO: De alívio. Tomei porrada de todos os lados. Mas encontrei a força nas pessoas que me rodeiam. Minha família, o pastor Fernando (religioso que frequenta a concentração do Flamengo) ... Procurei me apegar a Deus. Achei que não fosse suportar tanta pressão, mas Deus colocou o Vanderlei na hora certa e recebi toda confiança dele. Fiquei mais feliz por ver o torcedor gritar meu nome. Fiquei mais leve, confiante. E também pelo apoio dos meus companheiros. Léo Moura deu força e lembrou que o Obina também tinha passado por isso no Flamengo ano passado.
Dá para dizer que é o início de uma nova fase?
Não estou no Flamengo para ser humilhado. Quero ser exaltado. Antes de terminar o ano as coisas vão mudar. Vivo de gols, mas penso primeiro no coletivo. Minha meta não são os gols, são as vitórias. O Luxemburgo disse algo que concordo totalmente: penso no nós, não no eu.
Não estou no Flamengo para ser humilhado. Quero ser exaltado. Antes de terminar o ano as coisas vão mudar. Vivo de gols, mas penso primeiro no coletivo. Minha meta não são os gols, são as vitórias. O Luxemburgo disse algo que concordo totalmente: penso no nós, não no eu.
Mas em algum momento chegou a pensar em abandonar o clube?
Acho que não desanimei porque encontrei pessoas que me incentivaram. Um dia, a minha irmã (Lucimara) ligou chorando da minha cidade (Juquié-BA) dizendo que não era justo um homem bom como eu passar por tantas humilhações. Pedi para ela ficar tranquila porque as coisas iriam mudar. O Isaías Tinoco falou algo que nunca vou esquecer: tem que respeitar a fase.
Acho que não desanimei porque encontrei pessoas que me incentivaram. Um dia, a minha irmã (Lucimara) ligou chorando da minha cidade (Juquié-BA) dizendo que não era justo um homem bom como eu passar por tantas humilhações. Pedi para ela ficar tranquila porque as coisas iriam mudar. O Isaías Tinoco falou algo que nunca vou esquecer: tem que respeitar a fase.
Qual foi a crítica que mais o magoou?
Eu não costumo acompanhar as críticas, mas no jogo contra o Santos minha esposa comprou um jornal do Rio e estava lá: “Mesmo sem Val Baiano Fla fica no 0 a 0”. Aquilo me machucou bastante. Eu não fui sequer relacionado para aquele jogo. Fiquei pensando se era algo armado contra mim. Sempre respeitei e aceitei a crítica construtiva.
Eu não costumo acompanhar as críticas, mas no jogo contra o Santos minha esposa comprou um jornal do Rio e estava lá: “Mesmo sem Val Baiano Fla fica no 0 a 0”. Aquilo me machucou bastante. Eu não fui sequer relacionado para aquele jogo. Fiquei pensando se era algo armado contra mim. Sempre respeitei e aceitei a crítica construtiva.
Foram dois gols em 20 minutos. Já tinha escolhido a música do Fantástico?
Quando fiz os dois gols comecei a imaginar que poderia pedir a música no Fantástico. E tinha na cabeça o louvor de Marquinhos Gomes. A letra diz: "tentaram me parar e frustrar meus sonhos, mas eu nasci para vencer". Tem uma outra que fala: "a minha prova tinha um gosto amargo, mas minha vitória hoje tem sabor de mel". São dois trechos que têm muito a ver com o que passei no Flamengo.
Quando fiz os dois gols comecei a imaginar que poderia pedir a música no Fantástico. E tinha na cabeça o louvor de Marquinhos Gomes. A letra diz: "tentaram me parar e frustrar meus sonhos, mas eu nasci para vencer". Tem uma outra que fala: "a minha prova tinha um gosto amargo, mas minha vitória hoje tem sabor de mel". São dois trechos que têm muito a ver com o que passei no Flamengo.
A cobrança pesada o surpreendeu?
Sou torcedor do Flamengo e também já cobrei. O torcedor não quer saber se o atacante está fora de forma. Mas o clube passou por um vendaval após o Carioca. Às vezes a má fase não é só do jogador, mas do clube todo. Nada dava certo. Quando cheguei, sabia que a cobrança seria grande, mas não imaginava que seria tão grande. Foram muitas pauladas e pedradas na minha direção.
Sou torcedor do Flamengo e também já cobrei. O torcedor não quer saber se o atacante está fora de forma. Mas o clube passou por um vendaval após o Carioca. Às vezes a má fase não é só do jogador, mas do clube todo. Nada dava certo. Quando cheguei, sabia que a cobrança seria grande, mas não imaginava que seria tão grande. Foram muitas pauladas e pedradas na minha direção.
Depois de você, Deivid e Diogo passaram por situação semelhante de jejum de gols. De alguma forma acha que pegaram pesado no seu caso?
Nos primeiros cinco jogos não tive sequer chance de finalizar. Contra o Atlético-MG chutei muito bem e o Fábio Costa fez uma defesa incrível. Só posso lamentar mesmo o gol que perdi contra o Guarani, após o passe do Pet. A bola quicou no gramado e me atrapalhou. Mas pior foi contra o Vitória. Se o Kleberson não faz aquele gol após meu chute na trave eu nunca mais jogaria no Flamengo (assista ao lance no vídeo ao lado).
Nos primeiros cinco jogos não tive sequer chance de finalizar. Contra o Atlético-MG chutei muito bem e o Fábio Costa fez uma defesa incrível. Só posso lamentar mesmo o gol que perdi contra o Guarani, após o passe do Pet. A bola quicou no gramado e me atrapalhou. Mas pior foi contra o Vitória. Se o Kleberson não faz aquele gol após meu chute na trave eu nunca mais jogaria no Flamengo (assista ao lance no vídeo ao lado).
O seu peso foi apontado como uma das causas do mau desempenho. Pode revelá-lo?
Cheguei ao Flamengo com 96,5 kg e agora vario entre 89kg e 90 kg. Ano passado, quando fiz 18 gols pelo Barueri no Brasileiro, estava com 93kg. Quando o atacante marca, está leve e não tem nada errado. A minha questão não era problema físico.
Cheguei ao Flamengo com 96,5 kg e agora vario entre 89kg e 90 kg. Ano passado, quando fiz 18 gols pelo Barueri no Brasileiro, estava com 93kg. Quando o atacante marca, está leve e não tem nada errado. A minha questão não era problema físico.
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