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segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Zico não descarta ir ao Conselho Fiscal do Fla, mas exige justificativa

Ex-diretor-executivo de futebol pode ser chamado para dar explicações sobre o contrato entre o Rubro-Negro e o CFZ, clube que fundou


zico entrevistaZico durante entrevista ao GLOBOESPORTE.COM
(Foto: André Durão / Globoesporte.com)

O Conselho Fiscal do Flamengo decide na noite desta terça-feira se vai investigar a parceria entre Flamengo e CFZ, clube fundado por Zico. Em reunião extraordinária, na sede da Gávea, será votada a criação de uma comissão para analisar o contrato (já extinto), que vigorou durante cinco meses e virou o estopim da saída do Galinho do clube, então diretor-executivo de futebol. Segundo o presidente do conselho, Leonardo Ribeiro, o Capitão Léo, caso seja instaurado o inquérito, Zico será o primeiro convocado a depor.

O maior ídolo rubro-negro não descarta comparecer, mas exige uma justificativa.

- Depende. Não tenho obrigação nenhuma de ir. Não fiz contrato pelo Flamengo, não assinei contrato nenhum. Sabia do que se tratava, mas não assinei nada. Se for convocado, tenho de saber o motivo. Uma coisa é ser convocado pela Justiça, outra coisa é pelo clube – afirmou, por telefone, ao GLOBOESPORTE.COM.

Zico decidiu deixar o cargo no início de outubro por conta das acusações feitas por Leonardo Ribeiro. Ele levantou suspeitas de que o acordo assinado entre o Rubro-Negro e o CFZ (controlado pela empresa MFD), seria lesivo ao Fla. E que Arthur Júnior e Bruno, filhos do ídolo, teriam participação em contratações feitas pelo Flamengo.

Zico foi à Justiça e ingressou com uma ação no 4º Juizado Especial Criminal, no bairro do Leblon (Zona Sul do Rio), em seu nome e dos filhos. Ele acusou Leonardo Ribeiro de calúnia, difamação e injúria (artigos 138, 139 e 140, respectivamente, do Código Penal) e pediu explicações. O presidente do Conselho Fiscal teve de respondê-las e recuou. Entretanto, volta à carga internamente.

- Quem fez o contrato do CFZ com o Flamengo foi a presidente Patricia Amorim, auxiliada pelo ex-vice de futebol Marcos Braz, o Rafael de Piro (vice jurídico), e o Michel Levy (vice de finanças). Eu estava presente no almoço como presidente de honra do CFZ e o Bruno (Coimbra, filho de Zico) como presidente do CFZ. Quando cheguei ao Flamengo, o contrato já existia – contou Zico.

Citado pelo ex-dirigente, o vice jurídico do clube, Rafael de Piro, se posicionou sobre o caso.

- Não vejo motivo para instauração de inquérito. Temos que saber concretamente se houve alguma lesão causada pelo contrato. Aí tenho certeza que não. Mas primeiro tenho de esperar para saber se será criada essa comissão para falar de algo concreto – comentou.

Capitão Léo foi o principal desafeto de Zico nos quatro meses em que o ex-jogador comandou o futebol do clube. Sem apresentar provas concretas, dizia que jogadores que eram do CFZ começaram a chegar às categorias de base do Flamengo, ganhando espaço dos atletas que pertenceriam ao Rubro-Negro. Os direitos desses jogadores seriam repartidos, 50% para o fundo de investimentos e 50% para o Fla, o que, segundo ele, causaria prejuízo ao clube no futuro.

Fonte: Globoesporte.com

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