Diego Maurício teria sofrido ofensas raciais em campo
Tacna (Peru) - A suposta ofensa racista ao brasileiro Diego Maurício no jogo entre Brasil e Bolívia, neste domingo, em Moquegua, pelo Sul-Americano Sub-20, provocou polêmica no Estádio 25 de Novembro. A reportagem do Terra ouviu quatro peruanos no estádio e todos minimizaram o ocorrido, dizendo que a prática não é só com negros e é normal no país.
Relatos de brasileiros que estavam próximos ao gramado apontam sons que seriam imitações de macaco na hora em que o brasileiro entrou em campo, aos 34min do segundo tempo. O fotógrafo peruano Miguel Zevala também presenciou a cena, mas disse que é comum nos estádios do país.
"Eles fazem mais como uma forma de intimidar os jogadores, uma brincadeira", afirmou o fotógrafo, tentando minimizar o ocorrido. Ele trabalha no jornal El Pueblo, de Arequipa, e se diz acostumado à prática no país.
O veterinário José Gallardo, morador de Moquegua, apresenta uma visão ainda menos crítica. Ele afirma que há jogadores negros no futebol peruano e o país é marcado pela miscigenação entre as diferentes etnias. "Não há ofensa. Nós na verdade ficamos agradecidos de ver jogadores negros no nosso país", disse.
Outros dois torcedores que não quiseram se identificar disseram que os gestos são repetidos também para jogadores brancos e têm a conotação diferente do que no Brasil. Em vez de ser referir a cor, são vaias que zombam do porte físico dos atletas. "É uma forma de pressionar jogadores grandes. Não tem nada a ver com a cor".
Vale lembrar que, no Brasil, atos racistas são considerados crime. No caso mais simbólico ocorrido no futebol, o zagueiro argentino Desábato foi parar na delegacia após chamar o atacante Grafite de macaco na partida entre São Paulo e Quilmes, pela Copa Libertadores de 2005.
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