Rio - Cruzamento na área, Ronaldo Angelim desvia de cabeça e transforma a tensão em alegria nas arquibancadas. A descrição corresponde ao gol do zagueiro contra o Botafogo, domingo, na semifinal da Taça Guanabara. Mas ela também seria válida para o gol do hexacampeonato brasileiro, em 2009. Assim como caberia na vez em que o camisa 4 eliminou o Vasco na semifinal do primeiro turno, em 2008. Balançar as redes em jogosdecisivos faz parte da vida do jogador, que cada vez mais aumenta seu espaço na história do Flamengo. “Tem que trabalhar, mas também há o fator sorte. Tem que ter estrela”, ensina Angelim, que não se esquece da ajuda divina. “Não sou evangélico, mas sou religioso, acredito muito em Deus. E tenho fé am Padim Ciço (Padre Cícero, líder religioso cearense). Agradeço toda noite. Eles me ajudam, mas tenho que fazer por onde”, afirmou o zagueiro rubro-negro.Ontem, foi dia, mais uma vez, para Ronaldo Angelim sentir o carinho dos torcedores. Na Praia de Copacabana, bairro onde vive há cinco anos, o jogador parou a aula de uma das escolinhas oficiais de futebol do Flamengo. Entre fotos e pedidos de autógrafos, ele divertiu a garotada, que, reunida no gol, tentava defender a cabeçada do zagueiro, que costuma ser certeira. Angelim acredita que a semelhança do momento atual do Flamengo com aquele do hexacampeonato brasileiro não fica restrita ao seu gol de cabeça. Para o zagueiro-artilheiro, o grupo atual se parece muito com o da conquista nacional, há dois anos. Mesmo que, no atual elenco, haja apenas quatro remanescentes, além dele: Leonardo Moura, David, Willians e Maldonado.“São bem parecidos os grupos do hexa e o atual. Temos jogadores decisivos, como naquela época. A nossa equipe é muito qualificada e vai crescer muito mais. Quando o time se acertar, vai ser difícil ganhar de nós”, disse o jogador.
Ronaldo Angelim está no Flamengo desde 2006. E coleciona títulos. Com a camisa rubro-negra, foi campeão da Copa do Brasil no ano em que chegou, tri estadual em 2007, 2008 e 2009, e campeão brasileiro na temporada retrasada. Conhecido por sua regularidade, esteve cotado para a barca que zarpou no fim de 2010.
A renovação do elenco, no entanto, não atingiu o camisa 4, que teve seu contrato estendido por seis meses, até o fim deste ano. Em Londrina, durante a pré-temporada, Angelim admitiu que sentará para pensar se encerra a carreira em dezembro. Domingo, ele ganhou motivo para continuar.
“Quando vou mal, penso em parar no fim do ano. Mas momentos como esses me fazem pensar em continuar. É difícil. Vou conversar com a minha família para decidir”, revelou.
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