Rogério: ‘O futebol sul-americano está atrasado em relação aos demais'
Depois de pedradas, treinador desabafa contra as péssimas condições do estádio Santa Laura. Diretoria estuda reclamação formal na Conmebol
Apesar de três anéis de segurança e cerca de 400 policiais a serviço, o ônibus oficial com torcedores do Flamengo foi apedrejado na chegada ao Santa Laura. Três vidros foram quebrados, e duas pessoas ficaram feridas - uma com cortes provocados pelos estilhaços e outra com um galo na testa por ter sido atingida pela pedra. Dentro do estádio, os rubro-negros ficaram num espaço muito próximo à arquibancada atrás de uma das balizas, tornando-se alvo fácil para torcedores do Universidad. Muitos foram atingidos por pedras, moedas, serpentinas e objetos, como um acendedor automático de fogão e uma colher.
O jogo teve de ser interrompido, no primeiro tempo, depois que Juan foi alvo da torcida anfitriã. O árbitro, o goleiro chileno Pinto e o locutor do estádio pediram calma, mas foi em vão. O time mal conseguiu sair de campo no intervalo. Afinal, o tradicional corredor inflável existia apenas na entrada do vestiário do Universidad de Chile. Por conta disso, Ronaldo Angelim foi vítima de uma pedrada no queixo.
- Viemos e encontramos muitas dificuldades. Lamento pelo futebol sul-americano, que está atrasado em relação ao resto do mundo – disse Rogério Lourenço.
- Lamento pelo nosso calendário, por jogar num estádio como esse... Quando vão ao Rio, os outros times jogam no Maracanã. Em São Paulo, jogam no Morumbi. Não se vê esse tipo de coisa na Europa. O que se salva nisso tudo é a qualidade do jogador sul-americano. O estádio de hoje não tinha condições nem de ser utilizado para um campeonato regional. Os vestiários são impraticáveis. Não tivemos nem um túnel de proteção par entrar ou sair de campo e tomamos pedradas. Esse tipo de coisa não existe. É um absurdo que permitam que um jogo de Libertadores seja disputado num estádio como esse - desabafou o treinador.
Além dele e de Angelim, que chegou a dizer que foi atingido por uma bola de golfe, nenhum dirigente se pronunciou oficialmente sobre as condições do Santa Laura, que foi escolhido por falta de opções (o Colo Colo não cede mais o Monumental, nem o Universidad Católica, o San Carlos de Apoquindo). Mas há na diretoria a intenção de fazer uma reclamação formal junto à Conmebol relatando tudo que aconteceu no estádio, na última quinta-feira.
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