Futebol do Flamengo tenta se 'blindar' de desânimo instalado no clube
Vinicius Castro
No Rio de Janeiro
- Liderada por Luxa, comissão técnica do Flamengo tem a missão de manter clube na elite do Brasileiro
Desde a goleada sofrida para ao Atlético-MG por 4 a 1, na última rodada do Campeonato Brasileiro, o discurso dos dirigentes rubro-negros durante as entrevistas esbanja otimismo na recuperação do Flamengo na competição e o fim do namoro com o rebaixamento para a Segunda Divisão.
Entretanto, nos bastidores do clube o pensamento é bem diferente. O duelo contra o Guarani, sábado, às 19h30, no Engenhão, pela 36ª rodada, pode aliviar a situação, em caso de vitória, como também complicá-la de vez, se um novo resultado negativo ocorrer.
Internamente, existe um clima de desânimo nos poderes do clube. Os dirigentes não sabem identificar o motivo, mas percebem uma situação de pessimismo superior aos anos de 2001 e 2005, quando o Flamengo lutou até a última rodada do Campeonato Brasileiro para não ser rebaixado, e vivia situação mais delicada do que a atual. Alguns dirigentes já declararam pelos corredores da Gávea, inclusive, que o time não terá poder de reação nas duas últimas rodadas se for derrotado pelo Guarani.
A situação, no entanto, é desconhecida pela comissão técnica e jogadores. Como o time profissional treina diariamente no isolado CT Ninho do Urubu, em Vargem Grande, Zona Oeste do Rio de Janeiro, pouco do que acontece na sede social da Gávea chega até o elenco.
“O que está fora dos muros do Ninho do Urubu não nos diz respeito. Não escuto falar sobre isso. Posso garantir que o clima é dos melhores. Na verdade, os últimos treinos têm mostrado um empenho muito grande de todos os jogadores. Dentro do grupo não consigo ver isso. Pelo contrário, vejo todos muito empenhados em vencer o próximo jogo”, afirmou Paulo Ribeiro, psicólogo do Flamengo, ao UOL Esporte.
Integrante fixo da comissão técnica rubro-negra, Ribeiro costuma realizar trabalhos de motivação diferenciados em vésperas de decisões e momentos complicados do clube. Porém, desta vez o planejamento foi traçado de forma diferente.
“Estamos trabalhando no dia-a-dia. O nosso papel é deixar o futebol tranquilo para realizar o que a torcida espera. Não vou apresentar vídeo, nada disso desta vez. Não vejo necessidade no momento. O trabalho está sendo feito em doses homeopáticas. Tivemos uma conversa bacana sobre o que cada jogador passou na vida, tudo o que conseguiram transformar em sucesso. Existe uma confiança muito grande”, disse.
Por fim, o psicólogo reafirmou a importância da torcida neste momento. Para ele, o combustível imprescindível para que o Flamengo consiga sair da situação delicada na qual se encontra.
“Dá para perceber que a torcida vai estar junto no título e na dificuldade. Isso é o grande combustível para os jogadores, passa uma confiança fundamental. O apoio é muito mais importante do que a própria torcida pensa”, finalizou.
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