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sexta-feira, 5 de novembro de 2010

O último blefe de um jogador


por Augusto Amaral, especial para a revista ESPN

No Site da ESPN, tem uma prévia da revista que já está nas bancas, confira na íntegra:

O sábado era mais um daqueles dias de sol forte e céu aberto, comuns no Rio de Janeiro. Um dia para curtir a praia, caminhar nos calçadões da Zona Sul, aproveitar. Mas nem todos puderam se deliciar com as belezas naturais e o calorão da cidade. Na Gávea, um pequeno grupo de jogadores estava indignado: Léo Moura, Diogo e Willians, todos suspensos da rodada do Brasileiro. Era véspera de jogo e eles não podiam acreditar na ordem que haviam acabado de receber. Foram obrigados a treinar no dia anterior a uma partida em que não estariam presentes. Fato novo e inusitado no hexacampeão brasileiro. Indignados com a situação, foram se queixar diretamente com a presidente, Patrícia Amorim. Ouviram que do escritório dela não sairia uma contra-ordem. O que havia sido decidido pela comissão técnica estava decidido e pronto. Tiveram de treinar. E na praia. À frente dessa comissão técnica, um aparentemente revigorado Vanderlei Luxemburgo. Em casa, no clube do coração, o “Estrategista” de outros tempos parece finalmente ter encontrado motivação para voltar a ser o respeitado técnico dentro de campo. Em cinco anos, Vanderlei Luxemburgo deixou de ser o supertécnico pentacampeão brasileiro que despertou o interesse do clube mais poderoso do mundo, o Real Madrid dos então “galácticos” Beckham, Zidane e Ronaldo. Rodou por vários clubes, carregando sempre sua caríssima trupe, que consumia R$ 1 milhão por mês no Atlético Mineiro. Desconcentrado nos treinos, passou a se dividir em multitarefas, quase nunca com a mesma destreza com a qual montava times ofensivos e eficientes. Virou “manager”, empresário, jogador inveterado em mesas de pôquer com cacifes ilimitados e até dublê de político aspirante a cargo no Senado Federal. Uma das maiores distrações, o jogo de pôquer é apontado por pessoas próximas como uma das principais causas de sua derrocada profissional. O gosto pelo carteado foi uma espécie de substituição a seu então hobby preferido, o bingo. Até o momento em que uma medida provisóriaassinada pelo presidente Lula em fevereiro de 2004 acabasse com as luxuosas casas de bingo, Vanderlei Luxemburgo era um dos mais assíduos frequentadores. Em seus tempos de treinador do Santos, em 2004, seu passatempo era ir até o Bingo Imperador, um suntuoso prédio na Avenida Sumaré, na Zona Oeste de São Paulo. Perdia, ganhava, não se importava. O que valia era passar a noite se divertindo. Sempre generoso, dava gorjetas de R$ 200 aos garçons que o atendiam. Com o fim do bingo, veio a substituição paulatina pelas rodas de pôquer. Na mesma Avenida Sumaré, em uma concessionária de carros, Luxemburgo passou a dividir a mesa com outros personagens do mundo da bola, entre eles o meia Carlos Alberto (então no São Paulo) e o ex-atacante Denílson. Eram mãos em que circulava muito dinheiro. De uma delas, o treinador saiu com R$ 200 mil a menos na conta bancária.

Fonte: Revista ESPN
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