O Incrível Wanderley: atacante mostra lado Hulk e outros personagens
Artilheiro do Carioca, jogador revela que fazia imitações de Ronaldinho quando era mais novo e fala sobre a meta de marcar 25 gols em 2011
Expressão de calma, voz baixa, sorriso largo. Nem sinal da careta de fúria que apareceu após os dois gols marcados contra o Americano nesta quarta-feira. Quem encontra Wanderley longe dos gramados quase não reconhece um dos artilheiros do Carioca, com três gols. Sem o uniforme rubro-negro, o atacante do Flamengo vira apenas um cara tranquilo, como se define. Porém, todo homem tem seu ponto fraco. E o dele é a bola. Bastou olhar para a que seria usada na foto da matéria, que ele logo disse:
- Trouxe para mim?
Não adianta. A fome de gols domina o campineiro. No futebol desde cinco anos de idade, sente o sangue ferver ao chegar perto da redonda. Daí, a explicação para a transformação que acontece dentro de campo e o apelido dado por Andrey, goleiro do Criciúma e ex-companheiro de Cruzeiro. Nas quatro linhas, Wanderley vira o Incrível Hulk.
- O Andrey me dizia que eu me transformava em campo. Fez até uma montagem com a minha cabeça e o corpo do Hulk. Quando ele me deu, achei muito engraçado. Mas sou um cara bem tranquilo. Nada me deixa nervoso para chegar a isso tudo, não. Só gosto de comemorar daquele jeito porque acho que estimula o time também. Às vezes, você precisa de alguém que te puxe, que mostre raça, entre no personagem mesmo, para que todos acompanhem - afirmou o camisa 33 do Rubro-Negro.
Hulk, porém, não é o único apelido de Wanderley. O atacante, aliás, tem muitas facetas: "soldado", romântico, humilde, religioso, aluno dedicado, fã... Conheça mais um pouco do jogador que está roubando a cena no início do Carioca.
O início
- Comecei a jogar quando tinha cinco anos. Sempre gostei muito de futebol. Aos 14, fui levado à base da Ponte Preta e, aos 17, já era profissional. Já estreei como titular. Nunca fiquei no banco ali. Depois, fui para Cruzeiro, Santo André, São Caetano e Grêmio Prudente, até chegar ao Flamengo.
‘Soldado’ rubro-negro
- Eu usava um corte de cabelo moicano quando cheguei ao Flamengo. Aí, antes da estreia, resolvi cortar igual a todo mundo na minha família. Bem raspado. Quando o Renato viu, começou a me chamar de “Soldado”. Acho que foi por eu parecer com um soldado do exército mesmo. Sou meio fortinho, mais moreno. Com esse cabelo, fiquei bem parecido. O engraçado é ver os jogadores batendo continência para brincar comigo.
Momento fã do Ronaldinho
- Quando eu era mais novo, buscava vídeos do Ronaldinho Gaúcho na internet e tentava imitar os dribles dele. Até já contei isso para ele, só não mostrei as imitações. Imagina se eu poderia fazer isso com um cara do nível dele? Ia virar para mim e dizer: “Não, meu filho, ainda tem que treinar muito” (risos). Já foi incrível quando ele elogiou a minha caneta no jogo em Londrina(assista ao vídeo abaixo). Todo mundo me ligou para dar parabéns. Ali, soube que estava no caminho certo.
Entrosamento com o time
- A gente brinca muito. O Renato e o Léo Moura são os mais brincalhões comigo. É bom porque isso influencia dentro de campo. Um ambiente descontraído facilita que a gente se entenda no jogo também. E isso me fez sentir mais acolhido, mais em casa. Lidei melhor com a mudança por causa deles.
Respeito pela vontade do técnico
- Lógico que quero ser titular. Mas eu respeito muito o Deivid e a vontade doVanderlei. Tenho que ir conquistando o meu espaço a cada dia, mostrando que posso fazer cada vez mais pelo Flamengo. Então, a minha hora vai chegar. Só o Vanderlei sabe qual será o momento certo. Estou tranquilo em relação a isso.
Sonho de ser artilheiro
- Quando cheguei ao Flamengo, não tive medo da pressão. Eu sabia que daria certo aqui. Não posso dizer se serei o novo artilheiro do Flamengo. É cedo ainda, e a equipe está toda de parabéns. Mas todo goleador tem que ter um objetivo quando entra em campo. O meu é marcar 25 gols neste ano. Pelo menos. Aí, terei a certeza de que chegarei ao fim do ano como um dos destaques do país. E isso vai me deixar muito feliz.
Romântico à moda antiga
- O primeiro gol que eu fiz no Flamengo dediquei para a Lana, minha esposa. Estamos casados há mais de três anos, mas namoramos há sete anos. Ela é a minha companheira, a mulher da minha vida. Por isso, comemorei beijando a aliança. A tatuagem que eu tenho também é para ela. Está escrito “anjinha”, porque é assim que eu a chamo.
Bênção da camisa 33
- Sou bastante religioso. Então, fiz questão de escolher a camisa 33, porque foi a idade que Jesus tinha quando morreu. É uma bênção para mim.
Aluno do xará
- No pouco tempo que estou no Flamengo, já aprendi muito com o Vanderlei (Luxemburgo, técnico). Vi uma chance de crescer seguindo o que ele me fala. Um dos conselhos foi ficar mais na área. Eu gostava de sair mais, ir buscar. Até porque já joguei como meia, quando era da Ponte Preta, com o Nelsinho Baptista. Só que o Luxemburgo me disse para ficar lá dentro, que eu ia marcar mais gols. Está dando certo.
Aproveitando o reconhecimento
- Estávamos na hora do lanche, na véspera do jogo contra o Americano. Geralmente, comemos no corredor do hotel mesmo. Aí, tinha umas 30 pessoas ali, e elas gritaram o meu nome. Foi muito legal. É por esses torcedores que eu quero marcar cada vez mais gols para poder retribuir esse carinho. Foi inesquecível.
Fonte: Globoesporte.com
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