Ronaldinho entre ídolos: começo à la Romário, mas com estilo de Pet
Assim como Baixinho, camisa 10 inicia trajetória garantindo uma Taça Guanabara. Primeiro gol de falta o faz lembrar de Zico e do sérvio
Vanderlei Luxemburgo vibrou efusivamente no banco de reservas do Flamengo quando a principal contratação do futebol brasileiro do ano acertou um chute com o pé direito e garantiu o título da Taça Guanabara. Escrita agora ou há 16 anos, a frase anterior faz todo o sentido para os rubro-negros.
No dia 23 de março de 1995, o então melhor do mundo Romário foi o herói da conquista por 3 a 2 sobre o Botafogo. Mesmo com uma luxação no cotovelo, ele marcou três vezes e brindou a torcida no Maracanã com o célebre bico na modéstia respondendo ao alvinegro Túlio:
- Aqui tem muito rei. Rei tem dois, três, quatro, cinco. Mas Deus, Deus só tem um. E agora eles sabem quem é – disse o Baixinho.
Ronaldinho teve desafio “menos difícil” contra o Boavista. O palco também era outro, o Engenhão. Mas foi dele o gol da vitória cobrando falta. E, ao contrário do camisa 11 de 1995, o ídolo atual manteve a humildade e guardou por baixo da boina as frases de efeito.
- Estava acostumado a jogar em clubes em que todos os jogadores eram mundialmente conhecidos. Mas no Flamengo o grupo é de jovens que querem chegar lá. Chegar para treinar e ver a motivação deles me estimula. Estou muito feliz.
Mas para os rubro-negros é bom que as comparações entre os dois no primeiro ano restrinjam-se à final da Taça Guanabara. Depois de se classificar como Deus, Romário teve de conviver com a tristeza de um mortal ao perder a final do Estadual para o Fluminense. Destino pior teve Luxemburgo: ele brigou com o astro, ficou sem a taça e sem o emprego.
Mas na hora de citar ídolos rubro-negros, Ronaldinho preferiu outras inspirações. Na saída de campo, o goleiro Felipe disse que a cobrança de falta do companheiro o lembrou os tempos de torcedor, quando acompanhou em vídeos a precisão de Zico.
Ronaldinho concordou com o goleiro, mas estendeu as lembranças ao antigo dono da camisa 10: Petkovic. Herói do tricampeonato estadual de 2001 batendo falta, o sérvio foi afastado do elenco no início deste ano e passou forçosamente o número místico ao dentuço.
- Quando acabou o jogo, lembrei do Zico e do Pet, que eu vi fazendo muitos gols de falta. Fico feliz pois quero fazer história e é assim que se faz história: fazendo gols e ganhando títulos. Aqui está sendo tudo muito diferente, tudo em uma proporção maior, uma alegria muito maior. O Flamengo se tornou muito importante na minha vida – afirmou.
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