Willians, o ‘carrapato estudioso', admite que tem dom para desarmar
Em entrevista, volante analisa o seu ponto forte e defende o grupo campeão brasileiro no ano passado: ‘Não houve mordomia’
Willians, o determinado. Assim ele gosta de se definir. Assim, certamente, a torcida do Flamengo assina embaixo. Pouco mais de um ano e meio depois de chegar ao clube, o volante coleciona admiradores. Não por seus gols ou passes, mas pelos precisos desarmes.
Não à toa ele foi o maior ladrão de bolas no Campeonato Brasileiro de 2009 e segue o mesmo roteiro neste ano. Em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM, ele diz que considera um desafio marcar grandes adversários e que os estuda minuciosamente antes de cada confronto.
Por enquanto, Maicosuel e D’Alessandro foram escolhidos como os “mais difíceis”, mas em breve ele pode traçar voos maiores. Na sexta-feira, revelou que há uma proposta do futebol europeu à vista. Enquanto não decide o futuro, mira a Seleção Brasileira e pede apoio à torcida do Flamengo no clássico deste domingo, contra o Vasco.
Acostumado a ver o Maracanã tomado pela maioria rubro-negra, Willians nem cogita a ideia de ver as arquibancadas dominadas pelos vascaínos.
- Não vou acreditar. Peço de coração que o torcedor vá.
Depois de se destacar no Brasileiro de 2008 pelo Santo André, vários clubes o procuraram. Por que escolheu o Flamengo?
O Cuca me orientou e pediu minha contratação. Ele queria trabalhar comigo há muito tempo. Ninguém acreditava em mim, acharam que seria só mais um. Eu tinha outras propostas, mas escolhi o Flamengo pelo nome. Santos, Vasco e Corinthians me procuraram, mas preferi vir para cá.
Mas você era torcedor do Corinthians. Não pensou em ir para lá?
Só que eles tinham muitos volantes no elenco. Túlio, Elias... Achei que no Flamengo seria melhor.
E logo na pré-temporada, em Teresópolis, você ganhou o apelido de Paul Tergat (maratonista queniano) por causa do vigor físico e tornou-se titular. Não foi tudo muito rápido?
Demais. Nunca imaginei. O Flamengo tinha Ibson, Kleberson, Toró, mas eu não vim para cá pensando em ser mais um.
Tanto no Brasileiro de 2009 quanto no deste ano você aparece no topo da lista de jogadores com mais desarmes. Gostaria de ser marcado pelo Willians?
Sei que seria muito complicado passar pelo Willians. O desarme é minha principal característica e trabalho muito para me aperfeiçoar.
Quais os jogadores mais difíceis de marcar e quais você ainda tem vontade de tentar anular?
Maicosuel e D´Alessandro foram os mais complicados. São estilos diferentes, mas eles são muito talentosos. Eu gostaria de marcar o Kaká, pelo estilo de jogo dele. Gosto desses desafios. Antes de cada duelo procuro ver o que meu adversário tem de melhor, observo muito outros jogos para poder criar uma estratégia.
Logo no seu primeiro clássico contra o Vasco, no ano passado, você foi expulso na etapa inicial e o time perdeu o jogo por 2 a 0. Não ficou com medo de ser “queimado”?
São coisas que acontecem e fazem parte do futebol. Não tive calma e acabei recebendo o vermelho. Mas, felizmente, o Cuca confiou em mim e pude mostrar o que tenho de melhor. Ainda no Carioca de 2009 ajudei na conquista do tri (Willians fez um dos gols no primeiro jogo da decisão) e fui Bola de Prata. No Brasileiro ganhei a Bola de Bronze da minha posição atrás do Hernanes e do Pierre. E no Carioca deste ano fui o melhor volante, mas ainda não me entregaram o troféu (risos)
Já dá para pensar em Seleção?
Esse é meu grande sonho. Até tinha esperança de estar nessa lista do Mano Menezes, mas ainda não foi desta vez. Vou trabalhar à espera disso.
O que veio à sua cabeça quando o árbitro encerrou a partida contra o Grêmio, na última rodada do Campeonato Brasileiro?
Eu estava morto, muito cansado mesmo. Parei e pensei: “Sou campeão em um estádio que sempre vi na televisão”. Tinham 80 mil pessoas no Maracanã e toda a torcida do Flamengo me apoiando. Tenho uma passagem muito boa pelo Flamengo. Amo o torcedor de coração. Procuro fazer o máximo para ser respeitado e sempre vou dar o sangue por essa camisa.
No elenco você era um dos jogadores com mais intimidade com o Adriano, com quem dividia quarto na concentração. Como foi a convivência com o Imperador?
Não tenho o que falar. Ele foi um irmão e um pai. Sempre me deu conselhos, um cara inexplicável. Tenho muita saudade e o Adriano sempre terá o meu respeito.
Mas, recentemente, a atual diretoria vinculou a passagem do Adriano e o título brasileiro a uma suposta anarquia no Flamengo. O que há de verdade nisso?
Olha, se tiver que treinar de manhã, eles viram e falam. Afinal, são os diretores e mandam. Não houve farra, nem mordomia. O grupo sempre trabalhou muito e ganhou o Brasileiro treinando basicamente à tarde.
E o que acha dessa constatação de que o título fez mal ao elenco?
Ganhamos o título e merecíamos um pouco de sossêgo, sem essas fofocas. Fizemos uma pré-temporada forte fora do Rio. Não teve motivo para falarem tanto.
Você saiu de Santos para o Rio de Janeiro. É difícil resistir aos encantos da noite carioca?
É necessário muito cuidado. O Rio é bom, mas se o jogador não se cuidar, não vai render. Nunca dei motivo para falarem de mim. Dentro de campo sempre rendi e não falhei.
Como foi receber a notícia da prisão do Bruno?
Inexplicável, fiquei surpreso. O Bruno dava conselhos para os mais novos, sempre jogava videogame nas concentrações, não era nem um pouco marrento...
Desde que chegou você já foi chamado de Paul Tergat, Capetinha pelos companheiros... Agora é sua hora de entregar os apelidos deles...
O Everton Silva é o cara de jacaré, o Welinton é a Scheila Carvalho e o Vinícius a barata cascuda. Mas isso é resultado da amizade do dia a dia. Sempre tento brincar e não ficar de mau humor.
Qual palavra resume o Willians no Flamengo?
Determinação. É tudo que levo na minha vida. E a torcida reconheceu isso.
Não à toa ele foi o maior ladrão de bolas no Campeonato Brasileiro de 2009 e segue o mesmo roteiro neste ano. Em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM, ele diz que considera um desafio marcar grandes adversários e que os estuda minuciosamente antes de cada confronto.
Willians faz pose na praia da Barra da Tijuca (Foto: Edurdo Peixoto / GLOBOESPORTE.COM)
Por enquanto, Maicosuel e D’Alessandro foram escolhidos como os “mais difíceis”, mas em breve ele pode traçar voos maiores. Na sexta-feira, revelou que há uma proposta do futebol europeu à vista. Enquanto não decide o futuro, mira a Seleção Brasileira e pede apoio à torcida do Flamengo no clássico deste domingo, contra o Vasco.
Acostumado a ver o Maracanã tomado pela maioria rubro-negra, Willians nem cogita a ideia de ver as arquibancadas dominadas pelos vascaínos.
- Não vou acreditar. Peço de coração que o torcedor vá.
Depois de se destacar no Brasileiro de 2008 pelo Santo André, vários clubes o procuraram. Por que escolheu o Flamengo?
O Cuca me orientou e pediu minha contratação. Ele queria trabalhar comigo há muito tempo. Ninguém acreditava em mim, acharam que seria só mais um. Eu tinha outras propostas, mas escolhi o Flamengo pelo nome. Santos, Vasco e Corinthians me procuraram, mas preferi vir para cá.
Mas você era torcedor do Corinthians. Não pensou em ir para lá?
Só que eles tinham muitos volantes no elenco. Túlio, Elias... Achei que no Flamengo seria melhor.
E logo na pré-temporada, em Teresópolis, você ganhou o apelido de Paul Tergat (maratonista queniano) por causa do vigor físico e tornou-se titular. Não foi tudo muito rápido?
Demais. Nunca imaginei. O Flamengo tinha Ibson, Kleberson, Toró, mas eu não vim para cá pensando em ser mais um.
Tanto no Brasileiro de 2009 quanto no deste ano você aparece no topo da lista de jogadores com mais desarmes. Gostaria de ser marcado pelo Willians?
Sei que seria muito complicado passar pelo Willians. O desarme é minha principal característica e trabalho muito para me aperfeiçoar.
Quais os jogadores mais difíceis de marcar e quais você ainda tem vontade de tentar anular?
Maicosuel e D´Alessandro foram os mais complicados. São estilos diferentes, mas eles são muito talentosos. Eu gostaria de marcar o Kaká, pelo estilo de jogo dele. Gosto desses desafios. Antes de cada duelo procuro ver o que meu adversário tem de melhor, observo muito outros jogos para poder criar uma estratégia.
Logo no seu primeiro clássico contra o Vasco, no ano passado, você foi expulso na etapa inicial e o time perdeu o jogo por 2 a 0. Não ficou com medo de ser “queimado”?
São coisas que acontecem e fazem parte do futebol. Não tive calma e acabei recebendo o vermelho. Mas, felizmente, o Cuca confiou em mim e pude mostrar o que tenho de melhor. Ainda no Carioca de 2009 ajudei na conquista do tri (Willians fez um dos gols no primeiro jogo da decisão) e fui Bola de Prata. No Brasileiro ganhei a Bola de Bronze da minha posição atrás do Hernanes e do Pierre. E no Carioca deste ano fui o melhor volante, mas ainda não me entregaram o troféu (risos)
Já dá para pensar em Seleção?
Esse é meu grande sonho. Até tinha esperança de estar nessa lista do Mano Menezes, mas ainda não foi desta vez. Vou trabalhar à espera disso.
O que veio à sua cabeça quando o árbitro encerrou a partida contra o Grêmio, na última rodada do Campeonato Brasileiro?
Eu estava morto, muito cansado mesmo. Parei e pensei: “Sou campeão em um estádio que sempre vi na televisão”. Tinham 80 mil pessoas no Maracanã e toda a torcida do Flamengo me apoiando. Tenho uma passagem muito boa pelo Flamengo. Amo o torcedor de coração. Procuro fazer o máximo para ser respeitado e sempre vou dar o sangue por essa camisa.
No elenco você era um dos jogadores com mais intimidade com o Adriano, com quem dividia quarto na concentração. Como foi a convivência com o Imperador?
Não tenho o que falar. Ele foi um irmão e um pai. Sempre me deu conselhos, um cara inexplicável. Tenho muita saudade e o Adriano sempre terá o meu respeito.
Mas, recentemente, a atual diretoria vinculou a passagem do Adriano e o título brasileiro a uma suposta anarquia no Flamengo. O que há de verdade nisso?
Olha, se tiver que treinar de manhã, eles viram e falam. Afinal, são os diretores e mandam. Não houve farra, nem mordomia. O grupo sempre trabalhou muito e ganhou o Brasileiro treinando basicamente à tarde.
E o que acha dessa constatação de que o título fez mal ao elenco?
Ganhamos o título e merecíamos um pouco de sossêgo, sem essas fofocas. Fizemos uma pré-temporada forte fora do Rio. Não teve motivo para falarem tanto.
Você saiu de Santos para o Rio de Janeiro. É difícil resistir aos encantos da noite carioca?
É necessário muito cuidado. O Rio é bom, mas se o jogador não se cuidar, não vai render. Nunca dei motivo para falarem de mim. Dentro de campo sempre rendi e não falhei.
Como foi receber a notícia da prisão do Bruno?
Inexplicável, fiquei surpreso. O Bruno dava conselhos para os mais novos, sempre jogava videogame nas concentrações, não era nem um pouco marrento...
Desde que chegou você já foi chamado de Paul Tergat, Capetinha pelos companheiros... Agora é sua hora de entregar os apelidos deles...
O Everton Silva é o cara de jacaré, o Welinton é a Scheila Carvalho e o Vinícius a barata cascuda. Mas isso é resultado da amizade do dia a dia. Sempre tento brincar e não ficar de mau humor.
Qual palavra resume o Willians no Flamengo?
Determinação. É tudo que levo na minha vida. E a torcida reconheceu isso.
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