Zico diz em entrevista a jornal que futebol do Fla precisa de autonomia
Diretor executivo rubro-negro fala ainda da base, Felipão e Bruno
Zico queria só trabalhar com as divisões de base
do Fla (Foto: Eduardo Paixoto / Globoesporte.com)
A maior dificuldade que Zico vem encontrando neste pouco tempo em que está trabalhando pela primeira vez como dirigente do clube que o tem como maior ídolo é a burocracia, a estrutura arcaica do clube. Para ele, o Flamengo precisa dar autonomia ao seu futebol para que as contratações e a reestruturação necessárias ganhem agilidade. Ele disse que ainda não teve tempo de conversar sobre isso com a presidente Patrícia Amorim, mas que assim que puder fará isso, e anunciou que as obras no CT começarão em um mês.do Fla (Foto: Eduardo Paixoto / Globoesporte.com)
- Aqui nunca se atentou para a importância disso. os maiores clubes do mundo têm estádio, CT, concentração. Por exemplo, eu, como diretor de futebol, não tenho uma verba para trabalhar. Para fazer uma contratação, tenho que ir ao financeiro do clube, não tem o financeiro do futebol. Tenho que ir, perguntar se posso fechar, pedir para liberarem. No Kashima (Antlers, do Japão), eles me davam, por exemplo, um milhão para contratar um jogador. Eu ia e contratava. É a grande diferença. Para fazer a obra no CT, tenho que pedir ao Patrimônio, o Patrimônio pede ao Financeiro... Se você tem o departamento de futebol, você tem a sua verba, vai lá e faz. Essa é a grande dificuldade para agilizar - disse Zico ao jornal "O Globo".
O diretor de futebol afirma na entrevista que gostaria de trabalhar só na base rubro-negra, com a formação de jogadores e montar o CT:
- É o que acho mais importante. Mas é o tal negócio, tenho a minha sobrevivência aqui no Brasil, preciso estar no profissional. Se não, não consigo os patrocinadores. Não chego como salvador de nada. O Flamengo não está morto. Vem tendo resultados. Se houve erros, houve acertos também. Vim com a proposta de deixar uma estrutura profissional.
Zico afirma que o time do primeiro semestre era uma equipe de aluguel:
- Foram assumidos compromissos com jogadores que iriam embora. Vágner (Love), Adriano, Dênis Marques, Gil, Álvaro, todos sabiam que não iam ficar. Era um aluguel. E no meio do campeonato. Os jogadores que vierem agora, estão vindo até o fim de uma temporada. Até para não deixar o Flamengo sem time. Se são bons, se são ruins, vamos ver na prática.
Foram assumidos compromissos com jogadores que iriam embora. Vágner (Love), Adriano, Dênis Marques, Gil, Álvaro, todos sabiam que não iam ficar. Era um aluguel."
Zico
- Pelo que ele falou, foi porque vazou. Ele se aborreceu e não quis mais conversa. Quando conversamos, ele estava motivado para uma experiência nova, para voltar ao Brasil. Disse a ele: "Tome cuidado porque aqui no Flamengo as coisas têm vazado muito, já não depende da gente." Foi o que aconteceu, no dia seguinte vazou e ele se aborreceu. Depois disso, não falei mais com ele.
O ídolo rubro-negro deu seu parecer sobre como deve ser obtido um reforço. Para ele o jogador é patrimônio do clube, mas para se chegar a um nome é melhor sempre haver diálogo entre a diretoria e a comissão técnica.
- Não pode o treinador vir, trazer um monte, perder três jogos, ir embora e ficarem vários jogadores.
Zico afirma que está sendo feito um mapeamento para se saber de onde surgem revelações para o clube e que vão ser feitas peneiras para garimparem jovens valores. Mas ele pretende também criar novos critérios para os garotos que moram na concentração. O hoje dirigente que morou em vários lugares do mundo afirma que o jogador brasileiro é um dos que mais cumprem as suas responsabilidades no mundo.
Sobre Bruno, Zico repetiu que era um jogador que tinha uma importância muito grande para o clube, mas que provavelmente não tinha noção da sua responsabilidade:
- Talvez não tenham dito para ele o que é ser capitão do Flamengo.
O jurídico explicou: ele poderia estar treinando com o time, chegar a polícia e prendê-lo dentro de campo. Tínhamos que afastá-lo para evitar. "
Zico, sobre Bruno
- Convivi muito pouco com ele. As únicas quatro vezes em que estive com ele, teve uma postura equilibrada, segura. Tomara que não tenha nada com isso.
O diretor de futebol rubro-negro acrescenta que se ele for inocentado Patrícia Amorim pode até rever a posição declarada de que o goleiro nunca mais jogará no Flamengo.
- Nossa preocupação foi não prejulgar ninguém, por isso a presidente se cercou de cuidados.
E revelou como foi a reunião em que Bruno foi avisado do seu afastamento:
- Disse a ele que explicaríamos por que o estávamos afastando. O que é que poderia acontecer? O jurídico explicou: ele poderia estar treinando com o time, chegar a polícia e prendê-lo dentro de campo. Tínhamos que afastá-lo para evitar. Ele falou que não queria prejudicar o Flamengo, e que aceitaria a decisão. Estava muito tranquilo...
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