Delegado diz que concluiu que Bruno acompanhou Eliza para a morte
Segundo Edson Moreira, 'ídolo' agiu como 'monstro'.
Responsáveis por morte de Eliza serão indiciados mesmo sem corpo.
"Ele estava junto. É a conclusão a que se chega", diz Moreira. O delegado afirma, com base em depoimentos, que Bruno ficou com Eliza o tempo todo e que demonstrava tranquilidade.
Na noite de quarta-feira (7), o então advogado de Bruno, Michel Assef Filho, disse que o atleta nega o crime. Assef Filho disse ainda que o goleiro Bruno está "estarrecido" e afirmou desconhecer os fatos contados em depoimento pelo menor ouvido na terça. Nesta quinta, Michel Assef Filho deixou o caso alegando que trabalha para o Flamengo e, como o clube decidiu pela suspensão do contrato de Bruno, há um “conflito de interesses”. O advogado Ércio Quaresma assumiu a defesa de Bruno.
"Estavam no sítio do Bruno, em Esmeraldas (MG), quatro pessoas, além de Eliza e a criança. Três pessoas [Macarrão, o adolescente e Bruno] saíram com Eliza e o bebê do sítio sob a alegação de que eles seriam levados para um apartamento alugado. Nesse caminho, certamente o bebê foi levado para outro lugar e Eliza, Bruno, o adolescente e Macarrão foram para a casa de Neném. Em seguida, Bruno, Macarrão e o menor voltaram para o sítio apenas com a mala de Eliza, que foi queimada", diz Edson Moreira.
O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, dono da casa em que estaria o corpo de Eliza Samudio, em Vespasiano (MG), seria o responsável pela execução, morte e desaparecimento da jovem, segundo o delegado Moreira. Ainda segundo o delegado, Bola, Paulista ou Neném, como é chamado o ex-policial, teve a prisão temporária solicitada pela polícia.
Segundo o delegado, "Bruno estava lá na casa [de Neném] e viu a mulher toda estourada. Acompanhou, segundo testemunhas, Eliza para seu sacrifício, para sua morte". "Um ídolo como o Bruno, de um grande time, e um monstro pelo que fez com essa moça. O crime foi planejado e friamente executado. Podemos concluir que Eliza está morta", diz Moreira.
De acordo com a polícia, Eliza e seu filho, de 4 meses, teriam sido levados do Rio de Janeiro para Belo Horizonte, de carro, com o menor e Macarrão. O carro que levou a jovem foi apreendido em 8 de junho e Eliza foi levada, em 9 de junho, para a casa em Vespasiano (MG), onde teria sido morta. Antes de ser executava, Eliza teria ficado no sítio do goleiro Bruno, em Esmeraldas.
Segundo o delegado, Macarrão, Bruno, o menor e Marcos estão diretamente envolvidos na morte de Eliza. "Fazendo o cruzamento das provas objetivas e subjetivas, como os depoimentos, podemos dizer que tudo aponta para a ocorrência de homicídio", afirma.
O delegado Wagner Pinto afirma que as buscas pelo corpo de Eliza permanecerão. "Nós temos que buscar o cadáver, mas se não encontrarmos, com todos esses elementos, certamente as pessoas envolvidas serão devidamente indiciadas e apresentadas à Justiça como autoras desse homicídio e pela ocultação do cadáver", diz.
Ex-policial teria executado Eliza
O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos seria o responsável pela execução de Eliza, segundo Moreira. Ainda segundo o delegado, Bola, Paulista ou Neném, como é chamado o ex-policial, teve a prisão temporária solicitada pela polícia.
Na quarta-feira (7), policiais entraram, por volta das 15h20, na casa em que estaria o corpo de Eliza. As equipes chegaram ao local orientadas pelo menor que prestou depoimento, na terça-feira (6), no Rio de Janeiro. Segundo a polícia, ele acompanhou os agentes durante a vistoria no local, que durou até cerca de meia-noite.
"O menor nos acompanhou nas buscas pela casa e chorava compulsivamente lembrando a cena do crime. Fomos ao local para verificar a versão apresentada pelo adolescente. A investigação está praticamente chegando a uma conclusão. Cerca de 80% do depoimento do adolescente é verdadeiro", diz Moreira.
Dentro da residência, segundo a polícia, nada de interesse investigativo foi encontrado. Um carro de propriedade do ex-policial foi apreendido. "Aparentemente havia manchas de sangue no carro. O carro foi conduzido para o Instituto de Criminalística para a realização do exame que vai definir se é sangue, se é de natureza humana e se é da Eliza. Esse laudo sairá rapidamente, mas não há data definida", diz o delegado Wagner Pinto.
De acordo com o delegado, que esteve no local com o menor, o adolescente descreveu com riqueza de detalhes o interior da casa, antes da entrada das equipes no imóvel. "Ele mencionou que havia vários cães da raça rottweiler no local e que o executor teria jogado parte do corpo de Eliza para os cachorros. Quando chegamos na casa, o menor apontou o local e ficou abalado", diz.
"O que é certo é que o menor disse que teria ido com Macarrão e Eliza para uma residência, onde houve a execução da Eliza por asfixia mecânica. Neném teria estragulado, matado e desovado o corpo. Ele fez o estrangulamento, com o braço, pelas costas de Eliza. Depois da execução, Neném solicitou que o menor e outro homem que estava com eles saíssem para que ele providenciasse a desova do corpo", afirma Wagner Pinto.
O jovem teria explicado, segundo a polícia, a mecânica do crime. Segundo relato do menor, Eliza tinha as mãos atadas e as pernas amarradas quando foi morta. Depois do crime, ainda de acordo com o que diz o adolescente, Neném teria ficado sozinho com o corpo de Eliza Samudio, na casa em Vespasiano.
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