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quinta-feira, 8 de julho de 2010

Ex-companheiro de Bruno, Zé Roberto se preocupa com imagem dos atletas

Para o meia, profissionais do futebol podem ficar mal vistos pela população. Jogadores vascaínos pedem preparação melhor nas categorias de base

Por Diego Rodrigues Rio de Janeiro
Zé Roberto VascoZé Roberto, Vasco. (Foto: Divulgação / Site oficial)
O caso Bruno chegou em São Januário. A grande repercussão sobre o desaparecimento da ex-namorada do goleiro, Eliza Samúdio, trouxe tristeza e lamentação por parte dos jogadores do Vasco. O apoiador Zé Roberto, que trabalhou e foi campeão brasileiro com Bruno em 2009, falou com sinceridade sobre a situação do ex-companheiro.


- Estamos tristes com essa situação. Trabalhei com ele e ele sempre disse em público que admirava meu futebol, mas infelizmente ele está vivendo uma situação que não é agradável. Acho que não só a imagem do jogador e do Flamengo que ficam arranhadas, mas de todo jogador perante à população. Infelizmente é uma coisa que ele procurou, vai pagar na Justiça e vida que segue.

Apesar de ter convivido com Bruno, Zé Roberto, que se considera uma pessoa reservada, disse que não conversou com atleta e não chegou a pensar em ligar para o goleiro. Mas alerta para os perigos que a profissão pode trazer a carreira de jogador.

- São vários os exemplos ruins no mundo do futebol. Não só o do Bruno agora. Cabe a nós jogadores pegar os exemplos ruins e bons e tirar de lição para nossa vida. Já trabalhei com vários jogadores que não eram exemplos a se seguir. O PC (Gusmão, treinador) até fala no dia a dia que não tem que ser um profissional só dentro de campo, mas fora dele também. Na profissão que estamos, todo mundo se aproxima e temos que saber o que é bom e o que vale a pena seguir. Se eu tivesse uma pessoa para me dizer o que certo desde o início, talvez tivesse alcançado um caminho mais vitorioso.

Zé Roberto alertou ainda para a uma boa preparação nas categorias de base dos clubes. Segundo o apoiador, é preciso trabalhar a cabeça dos jovens talentos.

- Muitas vezes o próprio jogador procura o caminho errado. Somos um produto e estamos expostos 24 horas, não tem jeito. Tem jogadores que gostam de lugares públicos, mas que não devem estar lá em determinados momentos. São pessoas que são realmente idolatradas e, às vezes, acho que falta essa consciência, do jogador saber que somos um produto. A maioria ignora isso e acaba em páginas policias. É complicado.


O volante Rafael Carioca seguiu a mesma linha e apontou para problemas de infância como possíveis desvios do caminho correto.


- Depende do jogador. Pode ser família, amigos e pessoas que, às vezes, dizem ser seus amigos e não são. São muitas coisa que fazem o cara se perder em momentos que não pode. Jogador de futebol não pode ficar em certos lugares. Tem pessoas também de origem que nem sempre são muito boas.

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