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quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Zico, Dorival e Luxa viajam pelo futebol arte e celebram jogo ofensivo


Barcelona, Brasil-70 e 82, Fla-81 e Palmeiras-96 são lembrados



luxemburgo zico dorival junior  footeconLuxemburgo, Zico e Dorival debateram o futebol arte
no Footecon (Foto: Fred Huber / Globoesporte.com)
Zico foi o comandante, dentro de campo, do Flamengo de 1981, campeão do mundo e de tantos outros títulos no período. Vanderlei Luxemburgo, que correu o risco de ser rebaixado no Rubro-Negro, é o único treinador pentacampeão brasileiro e mentor do Palmeiras de 1996, campeão paulista que deixou saudade pelo futebol extremamente ofensivo. Dorival Júnior, hoje no Atlético-MG, é o treinador que teve nas mãos o naipe de talentos como Neymar, Paulo Henrique Ganso, Robinho, André & Cia para conduzir o Santos à Copa do Brasil e aos shows de bola no primeiro semestre deste ano. Os três, juntos, fizeram na tarde desta terça-feira, no Footecon, no Copacabana Palace (Rio), na palestra “A volta do futebol arte – criatividade e talento”, uma viagem às grandes equipes do passado e do presente. E mostraram, como o tema sugere, otimismo.
Para os três, o conceito do futebol ofensivo está voltando. O maior exemplo vem de fora, com sotaque espanhol: o Barcelona de Messi, Xavi, Iniesta, abordado anteriormente na palestra de Carlos Alberto Parreira, é o maior representante. No futebol brasileiro, o Santos-2010 é o mais recente fio condutor, com prioridade para esquema com três atacantes. O técnico Vanderlei Luxemburgo acha que o pai da criança para tantas inspirações boas é uma certa seleção.
- O modelo do Brasil de 70 está aí até hoje, só que com dinâmica diferente. Mas se vocês pararem para ver... É o atacante que sai um pouco da área – Tostão -, o lateral que avança para ajudar o ataque – Carlos Alberto -, o meia para servir o ataque - Gérson... O Flamengo de 1981 também, com os falsos pontas – Tita e Lico – voltando para marcar. Agora, a Laranja Mecânica, a Holanda de 1974, eu só vi uma vez. Nunca mais.
Luxemburgo fez questão de frisar que, sem jogador, não existe grande time. Lembrou que aquele Palmeiras de 1996 que chegou aos 102 gols no Campeonato Paulista só durou seis meses.

- Aqui no Brasil é muito difícil fazer o futebol arte porque é quase impossível manter os jogadores.
Dorival Júnior pede inspiração em outro esporte para superar outro problema.
- Os clubes precisam dar mais atenção aos fundamentos. O vôlei é um exemplo, passou a ganhar tudo quando treinou mais o saque, o bloqueio e a defesa. O futebol brasileiro precisa ser assim.
Simplicidade foi a palavra-chave usada por Luxemburgo para lembrar a importância dos craques. Citou Pelé e Zico como exemplos de que canetas, balões e dribles podem e devem ser usados, mas de forma responsável e com objetividade.
- Mas cada clube e cada país tem sua característica. No Flamengo, nem que eu quisesse poderia fazer o time jogar recuado. Tem que ser ofensivo. No Palmeiras, a torcida exige aquela coisa da Academia, do jogo bonito. Montar o estilo Barcelona no Manchester United não daria certo. São escolas diferentes.
Zico lembrou mais uma vez de que a derrota do Brasil-82 de Telê foi o divisor de águas para uma fase mais medrosa do futebol. O time ofensivo foi eliminado pela defensiva Itália, que se tornou a campeã. Vanderlei lembrou que, recentemente, o Inter de Milão bateu o Barcelona na semifinal da Liga dos Campeões da Europa.
- Naquele jogo, a defesa venceu o ataque. Como foi o Mourinho (técnico do Inter na época), todo mundo achou maravilhoso. Se fosse eu, iam chamar de retranqueiro. O Mourinho pensou o seguinte: “Eu só posso ganhar dessa forma.” Arriscou e ganhou. O Barcelona teve também umas 40 chances de marcar e não marcou. Tinha que perder.
Dorival falou da importância de talentos como Neymar e Ganso. Luxa lembrou que a diferença está em um bom volante, que saia para jogar e seja opção de ataque, como foi Wesley no mesmo Santos-2010. Lembrou que fez isso no Corinthians com Rincón no Brasileiro de 1998.
- Todo time que joga um futebol arte tem um grande volante, habilidoso. É só parar para pensar.
Os três debatedores, comandados pelo jornalista André Rizek (SporTV), saudaram a perspectiva de futebol brasileiro mais ofensivo. Parreira, que estava no auditório, lembrou que o termo futebol arte começou com o Brasil campeão mundial de 1958, que tinha Pelé, Garrincha e Didi. E Zico revelou um velho sonho.
- Queria estar vivo para ver a volta dos cinco atacantes, como antigamente...

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