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Deivid não desiste do título: ‘Temos de pensar grande, é o Flamengo’


Atacante espera muitas dificuldades contra o Grêmio, domingo, em Porto Alegre. Jogo vai marcar o reencontro de R10 com a torcida tricolor




deivid flamengo treino (Foto: André Portugal / Vipcomm)Deivid confia em arrancada do Fla nas últimas
rodadas (Foto: André Portugal / Vipcomm)
Na quarta-feira, o Flamengo enfrenta o Universidad de Chile. Em jogo, uma classificação praticamente impossível para a próxima fase da Copa Sul-Americana. A derrota por 4 a 0 na semana passada, no Rio, mudou o rumo do clube na competição e deu ainda mais peso ao Campeonato Brasileiro. Se não alcançar a vaga milagrosa em Santiago (precisa devolver o placar do Engenhão para pelo menos levar aos pênaltis), o nacional será a única via para a Libertadores 2012. A prova da descrença no feito é a lista da delegação que vai viajar para Santiago no fim da tarde desta terça. O técnico Vanderlei Luxemburgo relacionou só 15 atletas. Apenas dois titulares: Léo Moura e Willians.

Os demais ficarão no Rio na preparação para o jogo contra o Grêmio, domingo, no estádio Olímpico. Este sim terá cara de decisão. O Rubro-Negro é o quarto na tabela, com 52 pontos, cinco a menos que o líder Vasco.

- Temos de pensar grande, é o Flamengo. É difícil, mas nada é impossível. Temos jogadores talentosos, acostumados a ganhar. Temos que ser agressivos. O objetivo era ter conseguido os três pontos contra o Santos, pois ficaríamos perto dos líderes. Não conseguimos, mas temos sete jogos e não podemos voltar a empatar. Temos de repetir a sequência de quatro jogos e quatro vitórias do primeiro turno para tentarmos ser campeões – afirmou Deivid, autor do gol do empate por 1 a 1 com o Peixe, domingo passado.

A sequência citada pelo atacante ocorreu entre as rodadas 12 e 15 do Brasileiro. O time venceu Santos, Grêmio, Cruzeiro e Coritiba. A confiança numa arrancada na reta final persiste.
- O Flamengo tem muito isso porque em 2009 houve uma arrancada, e o time conseguiu ganhar o título. Sabemos que é difícil, vamos enfrentar o Grêmio, no Olímpico, a pressão vai ser grande pelo que envolve tudo o que aconteceu com o Ronaldo. Temos de esquecer essa situação entre Ronaldo e Grêmio e pensar só no Grêmio.
Ronaldinho vai enfrentar o ex-clube em Porto Alegre pela primeira vez. A relação com os gremistas está estremecida desde 2001, quando ele trocou o Tricolor gaúcho pelo francês PSG numa tumultuada negociação que foi parar na Fifa. No início deste ano, o camisa 10 recebeu uma proposta para voltar ao Olímpico, mas optou pelo Flamengo. A mágoa aumentou muito.

- Sabemos que será um jogo difícil. Esse é o jogo que estamos esperando. Se conseguirmos o resultado e ganharmos do Grêmio lá, nossas chances aumentam. Nossos concorrentes terão jogos difíceis também – lembrou o camisa 9.

Na 32ª rodada, o Vasco recebe o São Paulo, o Corinthians recebe o Avaí, o Botafogo pega o Cruzeiro em casa, e o Fluminense visita o Ceará.

- Nós temos uma tabela difícil, o Vasco e o Fluminense também. O Corinthians, teoricamente, tem um caminho mais fácil. Mas isso nem sempre diz muito.
Para a partida contra os gaúchos, além de Ronaldinho, que cumpriu suspensão contra o Santos, Thiago Neves retorna. O camisa 7 ficou fora por ter recebido o terceiro amarelo.

- São dois jogadores que fazem a diferença, que fazem falta para qualquer equipe. Espero que voltem bem contra o Grêmio, que possam ajudar a equipe a conseguir os três pontos.
Grêmio e Flamengo vão jogar às 16h, na capital gaúcha
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Flamengo prevê clima conturbado e dobra a segurança em Porto Alegre


Clube prepara esquema especial para a viagem à capital gaúcha



Ronaldinho no desembarque do Flamengo (Foto: Alexandre Cassiano / Agência O Globo)R10 enfrentará pela primeira vez o Grêmio em Porto
Alegre (Foto: Alexandre Cassiano / Agência O Globo)
As manifestações dos gremistas e os prováveis protestos contra Ronaldinho não passaram despercebidos no Flamengo. O clube prepara um esquema especial e pretende dobrar a segurança em Porto Alegre, onde o time enfrenta o Grêmio, no domingo, às 16h, no Olímpico.
Informações de que torcedores do Grêmio pretendem recepcionar a delegação rubro-negra no sábado, no aeroporto Salgado Filho, e no domingo, no estádio Olímpico, apressaram o planejamento do Flamengo quanto à viagem à capital gaúcha.
Como de praxe, o chefe da segurança rubro-negra, José Pinheiro, viajará na sexta-feira, um dia antes do desembarque da delegação do Flamengo, que terá mais seis seguranças com o grupo.
Em Porto Alegre, a primeira medida será um encontro na Secretaria de Segurança com a Brigada Militar para que seja montado um esquema especial. O Flamengo pedirá reforço e pretende dobrar a segurança. Se normalmente é acompanhado por duas viaturas, na capital gaúcha o clube deverá ter quatro veículos à disposição.
- Temos recebido informações do pessoal do Sul de que a torcida do Grêmio pretende ir ao aeroporto, receber nosso ônibus na chegada ao estádio, e até algumas ameaças. Se já fazemos um esquema reforçado em ambientes festivo, nesse caso existe um cuidado ainda maior. Mas sei que o pessoal do Sul é muito sério e vai nos dar o total apoio. Como imaginamos um clima conturbado, estamos trabalhando com mais rapidez na montagem do esquema – revelou José Pinheiro.
Protesto de gremistas contra Ronaldinho Gaúcho (Foto: Blog Grêmio Libertador/Divulgação)Torcedores do Grêmio preparam faixas de protesto contra R10 (Foto: Blog Grêmio Libertador/Divulgação)
Além dos seis seguranças que levará do Rio de Janeiro, o Flamengo deve contratar pelo menos mais dez homens em Porto Alegre. Normalmente, os seguranças particulares de Ronaldinho não viajam com o time e apenas o recepcionam no retorno à capital fluminense. No entanto, como o jogador tem uma equipe que trabalha para ele em Porto Alegre, é possível que eles acompanhem o jogador durante a estadia na cidade.
A relação entre Ronaldinho e Grêmio, que não era boa desde que o craque deixou o clube em 2001, estremeceu de vez quando o jogador optou por defender o Flamengo em janeiro deste ano, mesmo com proposta para retornar ao Olímpico. Em Porto Alegre, alguns gremistas preparam faixas de protesto contra Ronaldinho. Preocupado com a possível hostilidade dos torcedores, o presidente do Grêmio, Paulo Odone, pediu à torcidaque R10 seja recebido com civilidade.
Essa será a primeira vez que Ronaldinho enfrentará o Grêmio no Olímpico. No primeiro turno, o camisa 10 do Flamengo fez um gol na vitória por 2 a 0 sobre o Tricolor gaúcho no Engenhão. (veja no vídeo acima). Em Porto Alegre, o meia jogou contra o Internacional, no empate por 2 a 2, no Beira-Rio.
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Será que dá? Flamengo já goleou a ‘La U’ por 4 a 0 no Chile


Em 2000, Rubro-Negro derrotou o adversário desta quarta na primeira fase da Copa Mercosul. Números dos chilenos nesta temporada, porém, impressionam



A missão é tratada como praticamente impossível no Flamengo. Com razão. Depois da goleada implacável sofrida no jogo de ida contra o Universidad de Chile, por 4 a 0, no Engenhão, as chances de o time avançar na Copa Sul-Americana são mínimas. Diante das circunstâncias, Vanderlei Luxemburgo decidiu levar só 15 jogadores a Santiago e apenas dois titulares (Léo Moura e Willians). No clube, o discurso foi ensaiado: a maior preocupação é honrar a camisa rubro-negra e tentar conseguir um resultado digno no confronto de volta, nesta quarta-feira, às 21h50m (de Brasília).
A motivação da maioria dos convocados é mostrar serviço. São jogadores que quase não recebem chances. O Flamengo precisa devolver o placar do Rio para pelo menos levar a decisão da vaga aos pênaltis. Curiosamente, a última derrota da equipe chilena por quatro gols de diferença, em uma competição sul-americana, foi justamente para o Rubro-Negro. Em 6 de setembro de 2000, os brasileiros golearam por 4 a 0 pela primeira fase da Copa Mercosul, no estádio Nacional. Edilson, duas vezes, Fabão e Denílson fizeram os gols (assista ao vídeo acima).

- Não sabia disso. Espero que aconteça novamente, mas será difícil – disse o zagueiro David Braz, que naquela época ainda fazia testes em clubes de futebol.
Apesar do dado favorável, os números atuais são desanimadores para o Flamengo. O adversário está invicto no Campeonato Chileno (10v/3e) e na Sul-Americana (4v/1e, sem sofrer gols). O Universidad de Chile perdeu apenas quatro vezes nesta temporada, sendo todos os jogos como mandante (1x2 Santiago Morning/Chileno; 0x2 Unión San Felipe/Chileno; 0x2 Universidad Católica/Chileno; 0x2 Magallanes/Copa Chile). Só que a equipe não perde um jogo há mais de três meses (ou 21 confrontos: 16v/5e). A última derrota aconteceu no dia 13 de julho.
david braz flamengo (Foto: Alexandre Vidal/Fla Imagem)Titular no Chile, David Braz reconhece que a tarefa do Fla é muito difícil (Foto: Alexandre Vidal/Fla Imagem)


Neste mesmo período, quase três meses (ou 21 jogos; 8v/7e/6d), o Flamengo não venceu por mais de um gol de diferença. A última vez ocorreu em 30 de julho, em partida válida pela 16ª rodada do Brasileiro: 2 a 0 sobre o Grêmio, gols de Thiago Neves e Ronaldinho.

- Temos que acreditar e buscar a vitória sempre. O grupo que está indo tem capacidade, tivemos uma conversa entre nós, é a chance de mostrar o trabalho, de ter um 2012 aberto pela frente – afirmou o goleiro Paulo Victor, que será o substituto de Felipe.

A delegação embarca para Santiago no início da noite desta terça. Enquanto isso, os jogadores que ficaram fora da lista vão trabalhar em dois períodos nesta quarta. No domingo, o time enfrenta o Grêmio, no Olímpico, pela 32ª rodada do Brasileirão, às 16h.
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Fora da viagem ao Chile, R10 dá força aos companheiros: ‘Boa sorte’


Depois de ser goleado por 4 a 0 em casa, Fla precisa de milagre contra a 
‘La U’ para seguir na Sul-Americana



Os 15 jogadores relacionados por Vanderlei Luxemburgo para a viagem a Santiago prometem muita luta. É só o que dá para fazer depois da goleada de 4 a 0 sofrida na semana passada contra o Universidad de Chile, no Rio, que praticamente mandou pelos ares a chance de uma classificação para a próxima fase da Copa Sul-Americana.

Dos titulares, o treinador convocou apenas Léo Moura e Willians. Fora da lista, Ronaldinho Gaúcho procurou incentivar os companheiros que vão entrar em campo. O Rubro-Negro precisa devolver o placar do Engenhão para pelo menos levar a decisão da vaga aos pênaltis.
Ronaldinho no treino do Flamengo (Foto: André Portugal / Vipcomm)Ronaldinho treinou nesta terça, mas não viaja para o Chile (Foto: André Portugal / Vipcomm)
- Ronaldinho desejou boa sorte, boa viagem, bom jogo (risos). São mais 90 minutos. Vamos procurar honrar a camisa do Flamengo. Infelizmente o que aconteceu na semana passada não é algo que o clube está acostumado. Que seja diferente. Nunca passei por isso, mas acontece. Tudo pode acontecer no futebol, como pode acontecer de mudarmos a situação. Vamos fazer um bom trabalho – afirmou o zagueiro David Braz.
A delegação embarca no início da noite desta terça-feira para o Chile. A partida será no estádio Nacional, nesta quarta, às 21h50m (de Brasília). Neste dia, os jogadores que ficaram no Rio vão treinar em dois períodos, no Ninho do Urubu. Na véspera do jogo, o grupo disputou um rachão animado, e a equipe de Léo Moura levou a melhor sobre a de Ronaldinho. O goleiro Felipe e o zagueiro Alex Silva não participaram. O camisa 1 fez um treinamento específico com o preparador Cantarele, enquanto Pirulito ficou sob os cuidados do coordenador da preparação física, Antônio Mello.

No domingo, o Flamengo enfrenta o Grêmio, no Olímpico, pela 32ª rodada do Brasileirão. O jogo será às 16h e vai marcar o reencontro de R10 com a torcida tricolor. No início desta temporada, Ronaldinho, que é cria do clube gaúcho, recebeu proposta para voltar ao Sul, mas escolheu a Gávea. Além disso, em 2001, saiu de forma conturbada do Tricolor para jogar no PSG da França.
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Ousado desde pequeno, Thomás encanta no Fla: ‘Parto para cima’


Responsável por incendiar equipe contra o Santos, atacante de 18 anos foi corajoso até para se transferir para Gávea, quando pediu para deixar o Bota




Thomás, o abusado. Menos badalado de uma geração que deu ao time principal do Flamengo nomes como Negueba, Muralha, Luiz Antonio e Diego Maurício, o atacante de 18 anos foi responsável por incendiar a equipe rubro-negra no empate por 1 a 1 com o Santos, domingo, no Engenhão, e impressionou o torcedor com sua principal característica: a ousadia.
Thomas Flamengo (Foto: Cahê Mota / Globoesporte.com)Destaque contra o Santos, Thomás chegou ao Fla em 2008, vindo do Bota (Cahê Mota / Globoesporte.com)
Com arrancadas velozes e sempre em direção ao gol, o jovem demonstrou uma personalidade evidenciada desde sua chegada ao Flamengo, vindo de um rival. Nascido em 24 de fevereiro de 93, em Juiz de Fora, Thomás deu os primeiros passos no futebol na escolinha do Botafogo na cidade mineira. Ao se destacar, foi convidado para defender o Alvinegro, em 2007, mas não hesitou ao trocar General Severiano pelo clube de coração na primeira oportunidade, ainda com 14 anos.
- No fim de 2007, fiz um jogo contra o Flamengo, recebi o convite e vim para cá. O processo foi bem complicado. Eu não estava muito feliz no Botafogo, e optei por trocar de clube. Pedi a carta de liberação, eles não me deram, e acabei entrando na Justiça. Depois de três meses, consegui. Sempre me identifiquei mais com o Flamengo, já conhecia a galera toda e optei pela troca.
Contra o Santos, tinha uma expectativa grande do jogo e foi o meu “muito prazer” para todo mundo. Estou feliz por isso, e à disposição para ajudar sempre"
Thomás, atacante do Flamengo
Na Gávea há pouco mais de três anos, o currículo dá mostras de que a escolha foi acertada, com o título invicto do Estadual juvenil em 2010 e da Copa São Paulo de Futebol Júnior neste ano. A boa participação na competição em gramados paulistas, inclusive, fez com que Thomás chamasse a atenção de Luxemburgo. Em busca de afirmação entre os profissionais, o atacante se apresenta ao torcedor e fala sobre suas características.
- Sou um cara que parte para cima mesmo, é o que eu gosto. Os jogadores mais experientes até me incentivam, falam que essa é minha qualidade e que preciso ter confiança. Por isso, sempre tento as jogadas.
Foi assim que ele chamou a atenção diante do Santos. Apesar de a partida ser sua terceira no time principal, todas no Brasileirão, o garoto acredita que, enfim, provou que pode, sim, ser importante. Principalmente após a lesão de Bottinelli.
- Contra o Ceará, joguei dez minutos. No jogo com o América-MG, conseguimos virar, entrei no intervalo. Mas contra o Santos tinha uma expectativa grande do jogo e foi o meu “muito prazer” para todo mundo. Estou feliz por isso, e à disposição para ajudar sempre.
Neymar como referência, R10 como conselheiro
Thomas Flamengo (Foto: Cahê Mota / Globoesporte.com)Thomás em entrevista na Zona Sul do Rio de
Janeiro (Foto: Cahê Mota / Globoesporte.com)
A vontade de ser mais utilizado, entretanto, não representa ansiedade. Thomás garantiu entender a precaução de Luxa para lançar os jovens em partidas importantes do Brasileirão e agradeceu a confiança passada pelo treinador e companheiros para que pudesse dar conta do recado.
- O Luxemburgo tem bastante cuidado para usar os jogadores mais novos. Ele fala bastante que é preciso lapidar, que subi há pouco tempo. E dessa vez deixou bem claro que era para entrar e fazer o meu jogo. Que não tinha peso nenhum em cima de mim. O Mello (preparador físico) também disse isso. Depois, em campo, o Renato e o Junior Cesar me falaram: “Garoto, faz o que você faz nos treinos. Se errar, não tem problema nenhum”. Tudo isso me deu muita confiança.
Confiança que aumentou ainda mais depois dos elogios de uma das principais referências do jovem rubro-negro: Neymar.
- Ele é um ídolo. É um ano mais velho que eu, conversou comigo depois do jogo, me deu parabéns. É uma referência, um craque. Nunca nos enfrentamos na base, mas esse apoio foi bem legal. Ele já passou por esse processo que estou passando.
E não faltam exemplo próximos de Thomás em sua temporada de estreia entre os profissionais. Se o abraço de Neymar ficará marcado como um ato isolado, no dia a dia ele convive com um ídolo que assumiu também o papel de conselheiro.
- Cresci vendo o Ronaldinho jogar. É meu ídolo de infância. Jogava com ele no vídeo game e hoje convivo. É um cara que me dá conselho, assim como o Thiago (Neves), o Léo Moura... Tudo isso é muito gratificante.
Membro da geração que deu ao Flamengo o segundo título da Copa São Paulo, após jejum de 20 anos (assista ao lado um dos cinco gols marcados por ele contra o Gurupi-TO), Thomás acredita que pode, assim como os companheiros, quebrar mais um tabu incômodo: desde o trio Julio César, Juan e Adriano, no início do século, nenhum outro jogador de destaque mundial foi revelado na Gávea.
- Conquistamos títulos, somos todos amigos, estamos juntos há muito tempo, e acho que podemos subir e dar muitas alegrias ao Flamengo.
A confiança é tanta que o atacante ousa até mesmo apontar novas apostas que ainda não foram pinçadas por Luxa.
- Gosto muito do Pedrinho e do Yguinho, atacantes. Eles podem dar grandes frutos.
A torcida rubro-negra espera. E torce por frutos ousados, como Thomás foi diante do Santos.
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Como o Flamengo se tornou O Mais Querido do Brasil.


Apesar de sabidamente possuir, desde 10 mil anos antes do nada, a maior torcida do universo, o Flamengo só conquistou o reconhecimento oficial de sua superioridade nos corações brasileiros em 1938, quando o Jornal do Brasil e a Água Mineral Salutaris promoveram um concurso para eleger através dos votos de seus torcedores o time mais querido do Brasil. Ao clube vencedor, que conquistaria o direito de ostentar o apodo – O Mais Querido do Brasil, caberia ainda uma belíssima taça de prata lavrada que ficou exposta durante meses na vitrine da La Royale, uma das joalherias mais elegantes da Avenida Central.

Espantoso como naquela época as coisas eram diferentes. A Muy Heróica e Leal Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro ainda não tinha um milhão de habitantes, o Jornal do Brasil era tido como o jornal das donas de casa graças aos minúsculos anúncios classificados que orlavam sua primeira página e a água mineral Salutaris vendia mais que a Coca e a Pepsi juntas. As coisas eram tão diferentes naquele tempo que os cabeças-duras que torciam pro time da colônia imperialista ainda tinham culhões pra enfrentar o Flamengo.

Movidos pela cobiça, os estrátegos do serviço de inteligência vascaína imaginaram então uma maneira considerada infalível de vencer o Flamengo: comprariam os exemplares do Jornal do Brasil que traziam os cupons para a votação diretamente da mão dos jornaleiros que os vendiam pelas ruas naqueles tempos de pouquíssimas bancas de jornal. Além disso, o bacalhau contava com os votos que seriam provavelmente acumulados pela plêiade de carroceiros, garrafeiros e burros-sem-rabo vascaínos que monopolizavam o mercado de jornal velho e outros materiais recicláveis da então Capital Federal.

Mas o Flamengo dessa época já era o Mengão Cósmico que arrastava pequenas (comparativamente aos dias de hoje) multidões onde quer que se apresentasse. Com um timaço liderado pelo infernal Leônidas da Silva, o Homem de Borracha da Copa da França e Diamante Negro do Brasil, os visionários torcedores do então quarentão Flamengo já tinham consciência de que faziam parte de uma elite futebolística destinada a triunfar como os maiores do mundo.

Enquanto o nosso bacalhoesco rival apostou tudo no abuso do poder econômico e no traço poupador tão presente na personalidade do povo luso para vencer a disputa, os jovens entusiastas do Flamengo contaram apenas com a coragem e a inteligência para vencer a batalha do tostão contra o milhão. Durante meses as torcidas se mobilizaram para aquele civilizado duelo. Cada clube fazendo tudo que estivesse ao seu alcance para conseguir mais votos.

O Vasco organizou festas, rifas e quermesses e angariou fundos para comprar edições inteiras do Jornal do Brasil. No Flamengo não foi diferente, listas de subscrição foram organizadas por toda cidade e era difícil para um rubro-negro em 1938 tomar um cafezinho sem que alguém lhe pedisse uma contribuição para ajudar o Flamengo a vencer o Vasco. Ao fim de cada dia, sócios, diretores e torcedores faziam a conferência de sacos e mais sacos com nossos votos que se amontoavam na garagem de barcos em nossa sede no antigo 22 da Praia do Flamengo. Mas por mais que o Flamengo fizesse restava sempre a impressão de que não havia como o Flamengo vencer aquela briga. O Flamengo juntou 200 mil votos mas o Vasco deveria ter juntado mais ainda.

Mário Filho, em seu magnífico Histórias do Flamengo destacava: “Todo português aprendeu a guardar desde menino, a fazer seu pezinho de meia. Se alguém tivesse dúvida sobre a vantagem que o Vasco levava, deixaria de duvidar logo que abrisse o Jornal do Brasil, um dia depois de uma apuração. O Vasco estava na frente, longe. Se o pessoal do Flamengo passava pela La Royale para ver a Taça Salutaris ao lado das jóias mais caras, também o pessoal do Vasco passava por lá. O Flamengo namorava a taça, o Vasco não namorava mais a taça, noivava com ela. Valia uns quinze contos, só de prata. E era uma obra de arte, de gosto português. Por isso mesmo é que o Vasco fazia tanta questão de ficar com ela. Em Santa Luzia ela estaria em casa, na garage do Flamengo daria a impressão de uma coisa fora do lugar.”

No dia da apuração final o Vasco liderava a disputa com uma vantagem de mais de 60 mil votos. Conforme o regulamento, os votos deveriam ser entregues na própria sede do Jornal do Brasil, na Avenida Central. Usando a mais pura picardia carioca os líderes do Flamengo ocuparam a porta da sede do jornal. Convenientemente disfarçados com botões do Vasco na lapela e aportuguesando a voz recebiam os sacos de votos que a torcida do Vasco entregava confiante em uma vitória que seria consagradora. Chegavam votos do Vasco que não acabavam mais e ali mesmo na porta do JB eram entregues inocentemente nas mãos de um rubro-negro de bigodes e botão do Vasco na lapela que os passava rapidamente para outro rubro-negro que entrava com os votos no prédio do jornal.

Se os votos já estivessem preenchidos para o Vasco iam diretamente para as latrinas do Jornal do Brasil, se estivessem em branco eram carimbados para o Flamengo e se somavam ao nosso bolo. Em pouco tempo todas as privadas do Jornal do Brasil estavam entupidas e os votos pro bascu que continuavam a chegar começaram a ir pro fundo do poço do elevador.

As torcidas se reuniram na frente do JB e no fim da tarde foi colocado um cartaz na porta do jornal: Não se recebem mais votos. A apuração começou contando os votos do Vasco. Quando o Flamengo passou na frente a torcida explodiu como se estivesse no field da Rua Paysandu comemorando um goal de Nônô. Os vascaínos começaram a sair de cabeça baixa, sem compreender como fora possível perder pro Flamengo. A Taça Salutaris foi levada em triunfo pelos rubro-negros até a sede do Flamengo e está até hoje na nossa sala de troféus na Gávea.

No dia seguinte, o presidente do Vasco recebeu uma encomenda expressa enviada por alguns torcedores rubro-negros. Um lindo penico embrulhado para presente onde se lia Taça Salutairis. Dentro do penico vários votos do concurso carimbados para o bascu e os botões de lapela.

Foi assim que o Flamengo tornou-se O Mais Querido do Brasil.
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