I made this widget at MyFlashFetish.com.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Veterano na base, zagueiro David quer usar fase no Fla para chegar à seleção

Você pode não saber, mas depois de Ronaldinho Gaúcho, um dos jogadores do Flamengo que tem mais experiência com a camisa da seleção brasileira é o zagueiro David. É verdade que o tempo com a amarelinha foi passado nos times das categorias de base, mas isso não diminui a vontade de voltar a defender o país.

AS REFERÊNCIAS DE DAVID

AFP
 Quando ele chegou, eu lembrava dos lances na Copa de 2002. Todo mundo ficou meio assustado. Mas agora já passou a tietagem inicial 
Sobre a chegada de Ronaldinho Gaúcho
Vipcomm
Trabalhamos juntos no Palmeiras e ele sempre pegou no meu pé. Estava aprendendo ainda, fazia muitas coisas erradas e ele me reencontrou aqui e disse aos companheiros que dei muito trabalho para corrigir o posicionamento
Sobre trabalhar com Luxemburgo
E, jogando pelo Flamengo, o zagueirão acha que está mais perto do que nunca de, agora sim, defender a seleção principal. "Joguei em quase todas as categorias de base da seleção, sei o que é vestir essa camisa, o valor que a amarelinha possui. É o meu principal objetivo no momento. O Mano Menezes está dando oportunidade para vários garotos e acredito que posso chegar lá. Se continuar o trabalho bem feito no Flamengo, acho que tenho condições".
Motivos para acreditar não faltam. E nomes também não. Na quarta-feira, por exemplo, um trio mostrou que é possível fazer a transição que David quer fazer: "David Luiz, Lucas e Alexandre Pato [que perderam para a França] foram meus companheiros. Eles ganharam a oportunidade e estão aproveitando. Posso fazer isso também".
David conversou com o UOL Esporte em seu apartamento e no caminho entre sua casa e o CT Ninho do Urubu. Falou, além de seleção, de Ronaldinho, Vanderlei Luxemburgo e os problemas do Flamengo. Confira os principais trechos:
UOL Esporte – Você chegou ao Flamengo debaixo de muita desconfiança em 2009. De lá pra cá, muitas coisas aconteceram. O que mudou em sua vida?
David –
 O principal é que fiquei conhecido no Brasil todo depois de vir jogar no Flamengo. Recebo o carinho dos torcedores em todos os lugares. Eles sempre me chamam de um dos heróis do hexa [David marcou o primeiro gol do Flamengo na vitória sobre o Grêmio por 2 a 1 na decisão do Campeonato Brasileiro de 2009]. Realmente cheguei aqui cercado por desconfiança, pois as pessoas não me conheciam. Vinha do Panathinaikos-GRE, sem muitas oportunidades para atuar e vivi um processo natural até me firmar. Mas a sequência de jogos também foi atrapalhada por uma lesão no rosto e tive que ficar sete jogos fora. Voltei a poucas rodadas do fim do Brasileiro e acabei abençoado por Deus. A partir dali mudou a minha vida. Hoje sou o David, zagueiro do Flamengo. As pessoas me agradecem por aquele gol, conversam comigo na internet, é muito legal. Bem diferente de chegar e ouvir “Quem é David”?” (risos).
UOL Esporte – Mas apesar da alegria, o ano passado foi recheado de dificuldades para você. O que de fato aconteceu? Chegou a ficar desanimado em continuar no clube?
David – 
O ano passado não foi complicado apenas para mim, mas para todo o Flamengo. Tinha um contrato de empréstimo e estava negociando a renovação junto ao Panathinaikos-GRE. Mas acabei ficando muito tempo sem atuar. Foi um problema financeiro envolvendo os dois clubes. Foram dois meses esperando a regularização e isso me atrapalhou bastante. Fiquei sem ritmo de jogo, o Jean e Welinton ficaram revezando na equipe. Foi complicado... Os dois estavam muito bem, tendo uma sequência e os treinadores optaram por eles. Procurei respeitar, pois sabia que o meu momento iria chegar. Quando tinha as oportunidades procurava fazer o máximo possível, mas sabia que era menos do que eu poderia render. Fiquei chateado naquele momento. É muito ruim ficar sem fazer o que você mais gosta. Foi muito tempo treinando sem objetivo, sem saber se jogaria. Gostaria de pelo menos ter ficado à disposição dos treinadores, mas acabei fora das atividades e coletivos. Você fica sem perspectiva no clube. Parecia que estava afastado do elenco, mas nunca desanimei. Tenho 23 anos e vou buscar sempre o meu espaço.

O BANDEIRÃO DA TORCIDA


  • Vinicius Castro/UOL Esporte
    "Tudo o que recebo guardo com muito carinho. Mas a bandeira é especial demais. Fecho os olhos e a vejo no Maracanã. É uma imagem que tenho sempre em mente. O Maracanã com 90 mil rubro-negros comemorando o hexacampeonato e a bandeira com o meu rosto tremulando na arquibancada. Não tenho palavras para descrever a emoção que senti naquele momento. Foi uma das maiores de toda a minha vida. O reconhecimento do torcedor recompensa tudo."
UOL Esporte – E o que aconteceu de fato com o Flamengo no ano passado? Por que tanta coisa errada?
David –
 É difícil explicar. É coisa do futebol. Tivemos quatro mudanças de treinador e complica muito trabalhar desse jeito. Cada técnico tem a sua filosofia. O Vanderlei mostrou o que quer do grupo e estamos procurando entrar na filosofia de trabalho dele. Espero que tudo possa dar certo a partir de agora. Por exemplo, esse ano não tivemos jogadores chegando fora de forma, lesões, além dos problemas que aconteceram fora de campo que todos sabem. Tudo isso atrapalhou bastante. Não adianta dizer que é só entrar em campo e jogar bola, pois as coisas não funcionam desse jeito no futebol. O começo de 2011 é uma prova do que estou dizendo. Todos estão felizes e vamos procurar sempre o melhor para o Flamengo. O ano passado é para esquecer. Só dá para falar isso. Apagar da memória totalmente.
UOL Esporte – Já este ano, o futebol que você vem apresentando tem empolgado o técnico Vanderlei Luxemburgo. Como essa evolução aconteceu?
David –
 Peguei muita experiência por tudo o que passei até agora no futebol. Joguei 10 anos no Palmeiras. Lá, vi o time ser campeão, cair para a Segunda Divisão, e cheguei ao profissional com o professor Tite, em 2006. Em 2008, fui campeão. Na Grécia, conheci muita coisa. Tive dificuldade na língua, o Campeonato Grego também era truncado e pude participar da Champions League. Isso tudo me amadureceu muito. E juntou com o que passei aqui no Flamengo desde 2009. Na virada do ano, com ajuda dos meus familiares, olhei bastante para o meu interior. Pensei que 2011 precisava ser diferente dos outros anos. Tenho o objetivo de chegar à Seleção Brasileira e vou lutar por isso. Joguei em quase todas as categorias de base da Seleção, sei o que é vestir essa camisa, o valor que a amarelinha possui. É o meu principal objetivo no momento, um sonho de qualquer jogador. O Mano Menezes está dando oportunidade para vários garotos e acredito que possa chegar lá. Se continuar o trabalho bem feito no Flamengo, acho que tenho condições. É o sonho de qualquer jogador. Atuei junto com muitos atletas que atualmente defendem a Seleção principal. David Luiz, Lucas e Alexandre Pato foram meus companheiros. Eles ganharam a oportunidade e estão aproveitando. Foi o que procurei fazer no começo do ano. A pré-temporada serviu para me preparar para todo o ano. Quero chegar à Seleção Brasileira e conquistar títulos. Com a seleção e com o Flamengo.
UOL Esporte – E o Flamengo? Vai conquistar títulos na temporada?
David –
 Vejo um time com muita vontade de ser campeão. Desde os mais experientes até os mais jovens, todos querem vestir essa camisa. O grupo está com vontade de jogar junto com o torcedor. Todos se respeitam, titulares ou reservas. Acho que esse tipo de comportamento forma um grupo campeão. Podemos até não ganhar nada, mas acho que o elenco já é campeão pelo respeito e objetivo de todos. É um começo bom e tenho a certeza que vamos ter coisas bonitas durante a temporada.

DE GUARULHOS PARA AS PRAIAS DO RIO


  • David é o autêntico boa praça. Sempre de bem com a vida e esbanjando alegria no dia a dia, o zagueiro titular do Flamengo passaria por um autêntico carioca não fosse por um detalhe: quando começa a falar, os erres puxados denunciam. Só podia ser paulista.
    O zagueirão de 23 anos nasceu em Guarulhos, mas admite: está apaixonado pela cidade. "O Rio tem uma energia muito positiva. A praia, o ar, a alegria das pessoas, crianças brincando... É muito bonito e procuro viver isso intensamente. Saio normalmente na cidade. Sou um cara que não fica muito em casa. Vou à praia, gosto de ir ao supermercado. É claro que tenho os meus dias de tranquilidade, de ficar em casa, mas sempre que saio aparece um torcedor para elogiar a atuação em algum jogo, agradecer. Essas coisas são muito gratificantes".
UOL Esporte – E como é a convivência com o técnico Vanderlei Luxemburgo?
David – Trabalhamos juntos no Palmeiras e ele sempre pegou no meu pé. Estava aprendendo ainda, fazia muitas coisas erradas e ele me reencontrou aqui e disse aos companheiros que dei muito trabalho para corrigir o posicionamento, essas coisas. Mas é muito bom trabalhar com ele, que sempre mostra o caminho certo. O professor Vanderlei sempre me orienta muito e fala de todos os atacantes que tenho de marcar. Ele tem um papel importante em meu crescimento.
UOL Esporte – E trabalhar com Ronaldinho e Thiago Neves. Como tem sido isso?
David –
 O Ronaldinho é muito tranquilo, divertido e brinca muito. Sempre mostra muita alegria e passa confiança. Ele fala com todos, não deixa ninguém sem conversar. A simplicidade dele é brilhante para um cara que conquistou tudo e representa bastante no futebol mundial. Quando ele chegou, eu lembrava dos lances na Copa de 2002, mas agora já passou a tietagem inicial (risos). Nunca imaginei jogar com ele, um ídolo. No começo ficamos “assustados”, mas agora o sentimento é de honra. Já o Thiago é outro grande companheiro. Ele está com muita vontade de vencer pelo Flamengo. Aos poucos, está conquistando a torcida. O Thiago é um grande jogador, espetacular, e vai nos ajudar bastante nesta temporada”.

0 comentários:

Urubutr