Passeio da Taça Rio: troféu saiu sem autorização do patrimônio histórico

Passeio da Taça Rio: troféu saiu sem autorização do patrimônio histórico

Diretor do futuro museu do Fla, Mauro Chaves diz que episódio serve de exemplo: ‘Troféu deve ser visto no museu’

O passeio do troféu da Taça Rio por uma feijoada na quadra da Portela e um churrasquinho em Copacabana, quando ficou sobre uma mesa enferrujada de botequim, não foi bem digerido pelo Flamengo. A peça saiu do clube pelas mãos do presidente do Conselho Fiscal, Leonardo Ribeiro, sem ter passado pelo patrimônio histórico, sem ser catalogada, sem documentação nem seguro e também sem nenhum segurança responsável.

Taça Rio foi parar na rua em churrasco no último fim de semana (Foto: Divulgação)

O fato fez o clube tentar acelerar um processo em que, depois de uma conquista, a taça seja encaminhada diretamente para o museu do Rubro-Negro.

- Não sou contra o troféu ir para uma feijoada oficial da Portela. O que não pode é ter um aniversário e levar. A Taça Rio não tinha passado pelo departamento histórico até acontecer esse fato. A saída precisa ser oficial, com a peça sendo documentada, com um seguro. O que aconteceu serviu para conscientizar as pessoas de que no dia seguinte à conquista o troféu dê entrada oficial no museu – afirmou Mauro Chaves, diretor do museu do Flamengo e coordenador de patrimônio histórico do clube.

No caso da Taça Rio, centenas de pessoas pelas ruas tocaram no troféu sem se preocupar com o risco de causar danos à peça. O fato causou irritação na presidente Patricia Amorim. A dirigente afirmou que Leonardo Ribeiro terá que prestar esclarecimentos ao Conselho Diretor.

- Troféu tem que ser visto no museu. Não é correto mais de 200 pessoas colocando a mão, com a gordura do corpo, um creme que tenha passado... - completou Mauro Chaves.

O diretor do museu disse que já existe uma série de implantações para saídas de taças do clube. O Flamengo irá se filiar ao Instituto Brasileiro de Museus (Ibram). Exposições, viagens e outras circustâncias em que o troféu saia do clube, somente em eventos que sejam oficalizados pelo Flamengo.

- Esse fato que aconteceu (a Taça Rio ter parado na Portela e nas ruas de Copacabana) foi bom nesse ponto. Pessoas do clube saberão da importância de o troféu ter um inventário, ser catalogado e tombado, além de ser acompanhado por pessoas especializadas que usam luvas e impedem que a taça seja tocada.