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sábado, 24 de abril de 2010

Andrade e os sete erros ( Por José Ilan )


Muitos perguntam e me cobram palavras duras sobre a demissão de Andrade. Vamos devagar. A saída do comandante rubro-negro também tem um quê de injsutiça, como teve a de Cuca no Fluminense. Mas o doce “Tromba” cometeu seus pecados, em quantidade bem maior que o ex-tricolor. Se os erros de Andrade não justificam inteiramente a demissão, pelo menos deram brecha para se tornar bode-expiatório em hora de crise.


Conheça, na visão do blogueiro, oe sete erros de Andrade:


1 – No começo do ano, Andrade “esticou a corda” além da conta na renovação de contrato. Era óbvio que merecia um aumento pela conquista do Brasileiro. Mas, aproveitando que tinha toda a torcida ao lado, bateu pé por um aumento além do razoável e usou supostas propostas do exterior para sensiblizar o Flamengo. O técnico provocou desgaste forte com dirigentes, e só renovou porque estes temeram por reação da torcida. Tempos depois, o clube apurou que Andrade não tinha as tais propostas para sair.

2 – Andrade conquistou o Brasileiro ouvindo mais do que falando. Em 2009, conversava muito com jogadores, e principalmente com membros da comissão técnica para formar opiniões. Em 2010, se tornou mais centralizador e auto-suficiente. A mudança foi percebida internamente, e provocou um certo isolamento do comandante.

3 – Andrade poderia ser menos condescendente com indisciplinas. Embora o papel de punir seja da diretoria, ele tem o direito – e obrigação – de não ser tolerante com faltas, atrasos e indisciplinas em geral. A postura boa-praça, pacífica e tranquila que sempre cultivou, lhe tirou a figura de autoridade forte, que certamente teria ajudado a segurar estrepulias de alguns jogadores.

4 – Andrade ficou em cima do muro no caso Petkovic. Não ratificou a decisão de Marcos Braz – com quem já não se bicava desde a negociação do novo contrato – e não tomou decisão clara de mantê-lo com o status anterior. Assim, desagradou dois lados: Seu chefe, que queria mandar embora o sérvio, e grande parte da torcida, que queria Pet, mas era brindada inúmeras vezes com Vinícus Pacheco.


5 – Cometendo erros de escalação e substituições, Andrade vai ser lembrado como o técnico que perdeu uma decisão para o Borafogo depois de o Flamengo ganhar oito consecutivas do adversário. Mesmo não sendo o único culpado, era o técnico com a rara oportunidade de conquistar um tetracampeonato carioca, inédito para o clube, e que sucumbiu frente a um adversário que, no papel, era flagrantemente inferior.

6 – Andrade poderia ter sido menos insistente, ou mais crítico com as atuações de jogadores que raramente corresponderam: Vinícius Pacheco, Fernando, Willians, Kléberson e Fierro queimaram toda a cota de nervos do torcedor e de paciência com o treinador.

7 – Andrade pareceu confiar demais no seu taco, e se esqueceu que, como treinador, ainda é extremamente inexperiente. Dirigir um time de ponta demanda preparo constante e, quase sempre, vivência longa na função. Ganhou o título brasileiro ano passado de forma surpreendente, e esteve no maior time de todos os tempos do clube. Mas não percebeu que isso não o tornava imune à cobranças pesadas. O Flamengo vive de resultados, e dessa lógica ninguém escapa. Já tinha sido assim com o “maestro” Júnior, da mesma geração, e que também sofreu no comando rubro-negro.


Ainda assim, acho que a demissão foi em momento inoportuno. O Flamengo, mesmo sem merecer muito, se classificou na Libertadores. Os jogadores não aceitaram bem as mudanças. E a semana é de jogo decisivo e dificílimo contra o Corinthians. Ser dirigido por um interino, o ex-auxiliar de Andrade, Rogério Lourenço, melhora as coisas para o time?!

Parece que não. E não mesmo.


Fonte: Blog Ilan House, por José Ilan - Globoesporte.com

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