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segunda-feira, 26 de abril de 2010

Marcos Braz: 'Saio com o curso de sobrevivência na selva concluído'

Ex-vice de futebol se arrepende de ter usado a palavra privilégios e avisa que será campeão da Libertadores... como torcedor
Eduardo Peixoto e Rodrigo Benchimol Rio de Janeiro

  Rodrigo Benchimol/GLOBOESPORTE.COM

Braz aposta no sucesso de Rogério Lourenço

Uma palavra e nada mais. Este é o único arrependimento de Marcos Braz nos quase dez meses em que permaneceu na vice-presidência de futebol do Flamengo. Na manhã desta segunda-feira, o dirigente concedeu entrevista coletiva em uma churrascaria na Barra da Tijuca para comentar a saída do clube na última semana.

O ex-dirigente rubro-negro considerou a decisão estritamente política e negou que houvesse “bagunça” e “falta de comando” no departamento. Entretanto, na hora de colocar o dedo na ferida, reconheceu que se expressou mal ao dizer que Adriano e Vagner Love tinham privilégios.

- Não por mim, mas por eles.

Ao contrário da presidente Patrícia Amorim, que recheou o discurso dela com ironias e críticas ao ex-dirigente, Braz adotou um tom sereno. O único ataque direto sobrou para o assessor direto da mandatária, Bernardo Monteiro.

- Ele que me prejudicou – disse.

Marcos Braz pertencia ao grupo político derrotado nas eleições de dezembro. O título brasileiro garantiu uma sobrevida na nova administração. Só que, desde o princípio, houve restrições e um boicote velado ao trabalho dele. Fora do clube, ele aposta no título da Libertadores.

- Esse eu vou comemorar como torcedor - disse.

Confira a entrevista:

A saída

"Quero deixar bem claro que entendo perfeitamente a troca de comando no departamento de futebol. É legítimo, a Patrícia Amorim ganhou a eleição com um grupo político. É mais do que normal que eles queiram administrar o futebol, que é o carro-chefe do Flamengo. Não tem mágoa, ressentimento. É tudo normal. Estou no Flamengo desde os dez anos e todas as trocas foram por motivos políticos."

Arrependimento

"A palavra privilégio. Porque transportei uma pressão a mais para o Adriano e o Vagner Love. (Se pudesse voltar) eu seria politicamente correto, falaria concessão ou algo do tipo. De resto não tinha muito o que fazer."

Relação com Andrade e ironia de Patrícia

"Percentual altíssimo de índice técnico. Campeão brasileiro. Entramos juntos e saímos juntos. Acho que ela confundiu um pouco a relação do vice de futebol Marcos Braz e do técnico Andrade. Saio com a sensação de dever cumprido e com o curso de sobrevivência na selva concluído. Estou com menos duas toneladas nas costas. Só quem sentou nessa cadeira sabe o que é isso."


Resultados e dificuldade na Libertadores

"Na parte esportiva disputamos o Campeonato Brasileiro e fomos campeões. E como consequência disso chegamos à Libertadores. No Estadual chegamos em segundo. O maior time da história do Flamengo em 1981 também teve dificuldades na Libertadores. O Flamengo avançou em um jogo extra contra o Atlético-MG. Para quem entende um pouco de futebol... a Libertadores era dura e continua sendo dura."

Divisões de base

"Dentro do que foi investido pelo clube, a reciprocidade do departamento foi boa. Fizemos uma política agressiva na parceria e captação de jogadores com clubes. Flamengo é parceiro do Madureira, do Artsul, do Nova Iguaçu e avançamos em uma parceria com o CFZ.

Temos proposta de 50% do Diego Maurício por 1 milhão de euros. Temos proposta de 50% do Rafael Galhardo por 1 milhão de euros. Tem-se o resultado financeiro nas divisões de base. Se vai vender ou não... Está na mesa da presidente a opção."

Desgastes

"Nas contratações de Álvaro, Maldonado, Michael, Gil, Ramon e Vagner Love tive percentual de acerto bem acima da média, ainda mais sem dinheiro. Nas renovações, para cumprir o orçamento, eu tive desgaste com quem eu não queria ter. Desgaste com o Andrade, técnico campeão brasileiro. Desgaste com o Angelim, campeão da Copa do Brasil, tri carioca e Brasileiro.

O aproveitamento dessa vice-presidência é superior a 70%, um dos maiores da história do Flamengo. Isso são números, estatísticas. A avaliação não pode ser feita em cima de uma frase em que eu poderia ter economizado. Mas eu deveria ter adotado um tom politicamente correto."

Futuro com Rogério Lourenço

"Flamengo vai avançar. Estamos no caminho certo. O Rogério está lá hoje. Ficou muito tempo nas divisões de base, e eu o trouxe. Agora está aí, efetivado. Se não tivermos movimento muito brusco em relação ao que está lá, vamos avançar."

Despedida do grupo

"Todo mundo chorou. Mas os jogadores são experientes, na maioria deles. Love, Adriano, Michael... todos ficaram chateados, mas acredito que o Flamengo será campeão da Libertadores. O bom seria efetivar logo o Rogério e dar respaldo."

Voltaria a trabalhar com Patrícia Amorim 

"Estou sempre à disposição do Flamengo. Mas não vou falar em voltar, logo depois de sair. Encerrei um ciclo."

Bagunça no departamento de futebol

"Não concordo. Ela tem o ponto de vista dela. Não teve falta de comando. Existia uma pressão muito grande para que houvesse modificação, e pegaram uma janela para que isso ocorresse. Ela fez o que podia para me segurar no cargo."

Elenco difícil 

"Quem vier encontrará um grupo bom, vencedor e com total condição de continuar vencendo. A chave da Libertadores não é ruim. Se passar do Corinthians não segura mais. Vou ser campeão como torcedor."

O único ataque

"A parte de assessoria estava um pouco desguarnecida. Trabalhar sozinho ali é difícil. Essa pessoa tem nome e sobrenome (refere-se ao assessor direto da presidente, Bernardo Monteiro). A pessoa queria me prejudicar."

Reação de Vagner Love à sua saída 

"Insatisfação normal pela transferência do comando do futebol. Só isso."

Petkovic

"Não vou trabalhar com ele por causa da idade (37 anos). Em relação ao Pet, foi feito o que se tinha que fazer. Talvez uma condução um pouco melhor posterior ao caso."

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