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sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Diogo lembra de origens como meia e revive 'causos' com primeiro técnico


Giba, que revelou o jogador na Portuguesa, diz que criou atrito quando decidiu puxá-lo da base e conta a curiosa - e rápida - estreia do 'ansioso' rubro-negro



Por André Casado e Richard SouzaRio de Janeiro
montagem giba e diogo na portuguesaGiba e Diogo na época de Portuguesa, em 2005
(Foto: Editoria de Arte / Globoesporte.com)
Alguns quilos de massa muscular a menos, aparelho nos dentes, luzes no cabelo e vontade de sobra na meia-direita da Portuguesa. Esse era o perfil de Diogo, do Flamengo, quando surgiu como promessa em 2005. Em comum com o jogador de hoje, há a posição mais recuada que voltou a ocupar desde a última partida, na qual enfim marcou seu primeiro gol pelo clube, contra o Corinthians. O camisa 43, aliás, se lembra com carinho do técnico que lhe deu a primeira chance e criou até um certo atrito no Canindé por conta disso. Era Giba, que tem história para contar sobre o ex-pupilo.
As passadas largas e o bom posicionamento foram algumas das qualidades de Diogo que saltaram aos olhos do chefe, que orientava o time profissional da Lusa e "pescava" alguns juniores para completar os treinos. Não demorou para que fosse feito o pedido de efetivação do jogador, então com 18 anos, para disputar o Paulistão já em andamento. O que não foi fácil.
- O pessoal da Portuguesa ficou bravo, queriam lapidá-lo ainda, tinham medo de queimar o Diogo. Na verdade, ele não era nem titular em alguns jogos da categoria dele, mas vi potencial em seus primeiros minutos com a bola. Foi um atrito que atrapalhou até minha trajetória no clube, mas que valeu a pena - contou Giba.
Na estreia dele, o coloquei ainda no primeiro tempo e ele ajudou a virar o jogo. Mas Diogo corria tanto que a vontade passou da conta e tive de tirá-lo por cãimbra"
Giba
A atitude é lembrada por Diogo, que a tomou como incentivo para não perder a chance.
- O time passava por dificuldades e ele apostou em mim. Todo garoto nota o receio do treinador em não queimar e, às vezes, perde uma oportunidade, mas eu recebi total confiança do Giba, que conversava muito comigo. Tenho muito carinho por ele, pena que foi bem pouco tempo de convívio - citou o hoje atacante rubro-negro, em referência à demissão de Giba quatro rodadas depois de sua estreia, para a entrada de Vágner Benazzi, que somente no fim de 2006 foi experimentá-lo como um atacante.
E foram justamente os primeiros momentos oficiais de Diogo na carreira que o treinador - comandante do Remo-PA na Série D do Brasileirão deste ano - revela terem sido os mais curiosos.
- Perdíamos um jogo para o Santo André por 2 a 0, quando eu chamei o Diogo para entrar, ainda no primeiro tempo. Com muita vontade, ele ajudou a equipe a se recuperar, deu passe para dois gols e viramos para 3 a 2. O problema é que ele corria para todos os lados, roubava bola na defesa... A vontade passou da conta e ele não suportou. Resultado: tive de substituí-lo antes de acabar a partida por cãimbra - explicou Giba, aos risos.
Diogo também credita a fadiga ao ímpeto exagerado e ressalta que o caso não passou despercebido.
- No dia seguinte, Giba me chamou na sala dele: "Vem cá que eu vou te dar um livro, garoto". O nome era "O poder do subconsciente", me recordo até hoje. Li, mas não todo. Não vou me queimar com ele, né? - divertiu-se o meia-atacante.
- Minha intenção era fazer com que ele entendesse, através da leitura, que a cabeça de um jogador precisa funcionar em equilíbrio com o corpo, a concentração faz a diferença, algo que ele já aprendeu. Muitos se perdem nisso e prejudicam a carreira.
Mentor também de Maicosuel, ídolo do Botafogo, no Atlético Sorocaba, Giba se diz contente com a ascensão de Diogo, que teve passagem pelo Olympiacos-GRE, e pede paciência a quem o cobra com tanto fervor em um período tão curto de Gávea.
- Quase todos os jogadores que chegam de fora no meio do campeonato sofrem para engrenar, é natural. E houve uma carga de responsabilidade imensa nele. É preciso lembrar que o Diogo jamais havia disputado uma Série A antes. Tenho certeza de que o Flamengo pode esperar tranquilo que 2011 será o ano dele.
Para o ex-chefe, o maior sonho é ver o garoto brilhando em breve com a camisa da Seleção.
- É o maior reconhecimento que um treinador pode ter. Não é dinheiro, nem fama, e sim que um jogador que começou com você trilhe o caminho certo e atinja o ponto mais alto. Além dele, acho que o Deivid ainda pode se destacar muito. São dois baita jogadores - elogiou Giba, que curiosamente também foi um dos primeiros comandantes de Deivid, só que no Santos.
Diogo , atacante do FlamengoDiogo posa para foto e faz o sinal de positivo antes do primeiro gol (Foto: Richard Souza / Globoesporte.com)
- É gostoso lembrar desse tempo, principalmente do Giba, que jogou pelo Corinthians e foi campeão brasileiro. De cada treinador você pega um pouco para você. Faz muito tempo que não nos falamos. Ele é um cara duro nos treinamentos, mas quando confia no jogador, vai com tudo, bota para jogar mesmo, por isso o agradeço. Não quer saber a idade - define Diogo.
Sem saber que companheiros terá no setor ofensivo, ou mesmo se atuará na meia de novo, o camisa 43 inicia a preparação mais leve para ajudar Vanderlei Luxemburgo no próximo jogo do Flamengo, quarta-feira que vem, contra o Ceará, no Castelão.

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