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quarta-feira, 31 de março de 2010

LEMBRA DELE? Ex-Fla, Vasco e Flu, Zé Mário conheceu filho de Saddam Hussein

Treinador fala da passagem pela “Máquina Tricolor”, amizade com Zico e experiência no futebol árabe

Aos 61 anos de idade, José Mário de Almeida Barros, ou melhor, Zé Mário poderia escrever um livro para falar de sua história de vida. Nascido no Rio de Janeiro, em 1° de fevereiro de 1949, ele cresceu com o sonho de ser engenheiro mecânico, mas o futebol o fez mudar de rumo. Com passagens marcantes pelo Flamengo, onde viu Zico e Júnior subirem para o profissional, Fluminense, quando fez parte da "Máquina Tricolor", e Vasco, o meia colecionou títulos e grandes amigos. Foi através de um deles, Paulo César Caju, que surgiu o apelido de Dustin Hoffman (ator americano). Como treinador, dirigiu o Internacional, Botafogo, Goiás, e ficou muitos anos no Mundo Árabe, tendo assumido a seleção da Arábia Saudita. No Oriente Médio, fechou contrato com o filho de Saddam Hussein, Uday Hussein, para comandar a seleção iraquiana.



Zé Mário ao lado do amigo Zico nos tempos em que comandou a equipe japonesa do Kashima Antlers

Em 1986, Zé recebeu uma oferta do exterior e talvez tenha sido a sua maior experiência. Foi chamado para dirigir a seleção de jovens do Iraque. Na época, o país ainda era dominado pelo regime do ditador Saddam Hussein.

- A equipe não era a principal do país e disputava a Copa do Golfo. Não tive contato com Saddam Hussein, mas sim com o filho dele, Uday Hussein, que administrava a parte esportiva iraquiana. Ele era muito louco, queria escalar jogadores, me oferecia vantagens para isso e não aceitei. Quando sai no terceiro mês, no 28º dia de trabalho, ele quis descontar dois da minha folha – comentou.

O começo no futebol

Desde nove anos de idade, o futebol já faz parte da vida de Zé Mário. Foi em uma quadra de salão que ele deu seus primeiros passos no esporte com a camisa do Magnatas, do Bairro do Rocha, no Rio de Janeiro. Depois participou da equipe do Vila Isabel, antes de ser convidado para fazer um teste no futebol de campo do Bonsucesso. Nesse período, Zé Mário teve que conciliar os estudos com os treinamentos, e não foi nada fácil. Estudava no conceituado colégio São Bento e só conseguia treinar aos sábados. Mas a admiração dos dirigentes por seu talento era tanta, que ele se manteve no clube e se profissionalizou, em 1970.



A passagem pelo time da Zona da Leopoldina não durou muito. Devido a problemas contratuais, Zé Mário conseguiu o passe livre e acertou transferência para o Flamengo, em 1971. Foi na Gávea que apareceu para o futebol. Ao lado de jogadores como Paulo César Caju e Doval, Zé Mário conquistou títulos e se orgulha de ter visto a maior geração do clube surgir.

- Fiquei no Flamengo até 1974. Fui campeão da Taça Guanabara e de dois Cariocas (72 e 74). Nesse período, tive a felicidade de ver subir ao time profissional craques como Zico e Júnior. Houve uma mescla muito interessante e criamos uma família. A intimidade era tanta que o Paulo César começou a me chamar de Dustin Hoffman. Até hoje ele faz isso, mas até que me pareço com o cara mesmo (risos). Outro dia fui ao cinema com a minha esposa e nos deparamos com um boneco do ator. Fiquei parado olhando e realmente é parecido – lembra.

Em 1975, Zé foi contratado por Francisco Horta, então presidente do Fluminense. O dirigente montou uma grande equipe, que ainda tinha Rivelino e ficou conhecida como “A Máquina Tricolor”.

- O Horta era uma dirigente muito inteligente. Tinha uma visão estratégica grande e ajudou muito o futebol carioca. Montou um time forte, mas quando viu que estava uma disputa desproporcional, resolveu fazer uma troca de atletas com as outras equipes do Estado – comentou.
Com isso, Zé Mário acabou indo jogar no Vasco da Gama. No Gigante da Colina, ele foi duas vezes campeão da Taça Guanabara, campeão carioca (1977) e vice-brasileiro (1978).

- Acho que o Vasco foi a equipe com que eu mais me identifiquei. Estive em São Januário por quatro anos e todos lembram da minha trajetória no clube. Trabalhei com uma grande pessoa, que foi o presidente Agathyrno Silva Gomes. O Orlando Lelé, por exemplo, era um chato dentro do campo. Brigamos por várias vezes e quase chegamos a nos agredir, mas fora do campo era sempre amigo. Pedia desculpas e me abraçava. Era chato, mas só dentro do campo – disse ele, que terminou a carreira na Portuguesa, onde jogou de 1980 até 1982.
A paixão pelo futebol o fez apostar na carreira de técnico. No mesmo ano de sua despedida, foi o Botafogo, justamente o time “grande” do Rio em que ele não havia jogado, que deu sua primeira oportunidade.

Em 1988, veio a primeira chance de comandar um clube árabe. Zé Mário acertou por 3 anos com o Al-Ain e ficou bastante conhecido. Depois de passar por outras equipes, ele assumiu a seleção dos Emirados Árabes, em 1995, onde ficou até o ano seguinte. Em 1998, o técnico foi treinar o Kashima Antlers, reencontrou o amigo Zico e acabou sendo campeão japonês. A boa campanha o fez receber uma proposta para dirigir a seleção do Qatar.
Entrevista de Zé Mário é traduzida nos Emirados Árabes. Em 1993, ele comandou o time do Riyadh

- Eu gosto muito da Arábia e dos Emirados. Eu me adaptei porque eles me respeitam muito lá. Quando cheguei falei que não estava para ganhar dinheiro. O profissional que vai só com esse pensamento acaba voltando muito rápido ao Brasil. A vida não é fácil, tem os costumes, a tradição e a religião, que é bem diferente. Um grande exemplo de sucesso é o Pernambuco, que foi com o Mineli para a Arábia e está lá desde 1979. Hoje ele é fisioterapeuta do Ministro do Interior – disse.

Zé Mário voltou ao Brasil no início deste ano para matar a saudade dos amigos e familiares. Segundo ele, que ainda comandou o Internacional nas temporadadas de 2000 e 2001, é bem provável que volte para o exterior em julho. Mesmo assim, não descarta permanecer no país caso pinte uma boa proposta.



Fonte: Globoesporte.com



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