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quarta-feira, 31 de março de 2010

Marcos Braz fala sobre Pet e Império do Amor

Dirigente do Fla diz que sérvio não terá tratamento diferenciado
LANCEPRESS!
Em entrevista exclusiva, nesta terça-feira, na sede do LANCE!, Marcos Braz, vice-presidente de futebol do Flamengo, falou sobre a polêmica entrevista de Petkovic, publicada no último domingo. Ele também analisou as peripécias de Vagner Love e Adriano, admitiu ser difícil manter o Império do Amor, bem como revelou que não dará tratamento diferenciado ao sérvio, na hora da renovação, por ser ele um ídolo do clube.


FLÁVIO GARCIA: Você, em recente entrevista ao LANCE!, admitiu que Vagner Love e Adriano têm regalias. Você se arrepende? Acha que isso pode ter atrapalhado seu relacionamento com Pet?

MARCOS BRAZ - Talvez, a palavra privilégio pudesse ter sido economizada. Não volto atrás. Não quero incluir o Pet para não ser mal compreendido. A contratação do Vagner Love fui eu que fiz. Ele tinha uma proposta da Alemanha de três milhões de euros (R$ 7,2 milhões). Sei do esforço que ele fez para vir. Quando negociamos, mais fragilizados, temos de fazer concessões. Não seria correto da minha parte mudar o discurso depois que ele foi contratado. Se é certo ou errado, cada um tem um tipo de gestão. O que tratei com ele simplesmente cumpri tudo. Ninguém interpretou mal, usei a palavra privilégio. Mas não me arrependo.

PEDRO HENRIQUE TORRES: Como é a sua relação com os jogadores e como ficou o seu relacionamento com Pet após a entrevista?

MB - Em nenhum momento conversamos sobre a entrevista. Conversamos um pouquinho sobre uma pequena divergência de informação sobre a renovação, lá em dezembro, somente isso. Conversamos sobre o contrato. Meu relacionamento é de respeito. Sempre vou respeitá-lo como atleta, pelo que representa ou acha que representa para o clube. Ele também tem de me respeitar, pela função que ocupo, que é a de vice-presidente mais importante do clube, com todo respeito às outras. Ele não tem de respeitar o Marcos Braz. Tem de respeitar a mim ou a qualquer outro que esteja na função.

CARLOS MONTEIRO: Mas parece que a grande mágoa do Pet foi ter tido uma punição maior do que a dos outros jogadores. 

MB - Quando falaram para o Adriano que ele não iria jogar (por conta de seus problemas particulares), não teve qualquer problema. Ele aceitou e treinou perfeitamente. O que aconteceu com o Pet foi durante uma partida oficial. Talvez, eu pudesse ter tratado a situação, em relação à imprensa, um pouquinho diferente, com mais experiência. Mas daí a pegar um erro que não foi meu, não foi do elenco e, sim, de um jogador, que por acaso foi o Pet, e minimizá-lo é injusto. Acho que tem de usar os dois pesos e as duas medidas. Foi uma situação séria. Mas a grande pergunta é a seguinte: se outro jogador tivesse feito o que o Pet fez teria outro desfecho? Agora, pegar a situação do Adriano, do Willians, fora do jogo, e achar que eu tenho de ter uma atitude igual? Quem tem de saber é o vice-presidente. Em nenhum momento eu quis desmerecer qualquer importância do Pet no hexa. Eu vi o quanto ele foi importante. Apenas julgo o conjunto, a força do Andrade com a força da torcida como preponderante.

PEDRO HENRIQUE TORRE: O agravante do Petkovic, então, foi um choque com a hierarquia?

MB - O primeiro problema que tive com o ele foi sobre o bicho, lá atrás. Eu tratei com quem de direito, o capitão (Bruno). O que tratei com ele, cumpri. No dia em que fui pagar, fui arguido. Não usei a prerrogativa do vice-presidente. Podia ter pegado o saco de dinheiro e ido embora. Pelo contrário. Ele apresentou as argumentações dele e eu, as minhas.

FLÁVIO GARCIA: Depois do episódio do Fla-Flu ficou difícil, então?

MB - Depois do Fla-Flu foi uma outra história. Não tenho com os jogadores uma relação extracampo. Não tenho com o Pet, com o Bruno, que é com quem mais converso, com o Vagner Love, por quem tenho um carinho. Love e Adriano, por exemplo, são completamente diferentes. Isso não quer dizer quem um tenha um melhor relacionamento do que o outro. O que eu quero dizer é que as pessoas são diferentes. Agora, talvez, a rapidez dos acontecimentos, das matérias e de todas as informações são nervosas. Não digo incorretas. Mas talvez isso no dia a dia possa transparecer alguma coisa. Não tenho nada contra ninguém. Agora, acho que nenhum jogador me deu esse campeonato mais do que o outro.

FLÁVIO GARCIA: Não houve nenhuma conversa diferente pelo fato de o Pet ser ídolo do Flamengo?

MB - Não. Há um cuidado maior em relação ao que se fala, um cuidado maior em relação às reuniões, em como se passa a proposta. Isso vai ser feito para que ele entenda e analise a proposta. O atleta também tem de avaliar o que o Flamengo está passando, está pagando e a relação que ele tem com o clube. Já que ele é ídolo, poderia ceder um pouco. Tem de ser mútuo.

CARLOS MONTEIRO: Depois de Pet dizer que está infeliz e desconfortável no clube, o Flamengo foi com a mesma vontade de mantê-lo?

MB - A reunião estava marcada anteriormente à publicação da entrevista. Isso mostra que o Flamengo o tratou como ídolo. Depois de uma entrevista dessa, com repercussão de primeira página, no dia seguinte a diretoria ir para uma negociação com ele na hora marcada, pedindo sua presença na reunião... Acho que está sendo tratado como ídolo. Vamos supor que outro jogador tivesse dado essa mesma entrevista, essas declarações, falado de dirigente. Talvez a reação seria outra e não foi feito isso. Entendeu-se, teoricamente, o momento do jogador.

PEDRO HENRIQUE TORRE: A proposta, então, não mudou?

MB - De maneira alguma. Tanto que o Josias (Cardoso, empresário) disse que o que foi tratado anteriormente foi colocado no papel. Isso confirma a coerência. Tudo o que foi oferecido, antes da entrevista, foi colocado no papel para o Pet analisar.

CARLOS MONTEIRO: Tem uma frase do Pet, na entrevista concedida ao LANCE!, na qual ele diz que no Flamengo todo mundo manda e ninguém se responsabiliza. Como você analisa isso tudo?

MB - Posso falar somente sobre o meu departamento. Dentro do meu departamento sou responsável por tudo o que acontece lá. As coisas boas e, talvez , as coisas ruins. Nunca fugi dessa responsabilidade. Sempre fui responsável por minhas atitudes. No que diz respeito às contratações, nunca escondi que participei delas, até mesmo na parte financeira. Desde que cheguei, tem quase um ano, o Flamengo não gastou um real em compra ou aluguel de passe. Não entendi muito essa coisa de quem é responsável ou não. Quem trabalha no dia a dia do clube sabe quem é o responsável. Eles não têm nenhuma dúvida sobre a quem responsabilizar.

PEDRO HENRIQUE TORRE: O Flamengo há muito tempo não chega tão forte na Libertadores. Mas o clube pode perder o Império do Amor para as semifinais. Você já trabaha para manter os dois?

MB - Nunca escondi essa preocupação. Se prosseguirmos na Libertadores, a vontade dos dois será importantíssima para a permanência. Mas não serei leviano. O Adriano vai à Copa do Mundo e receberá várias propostas. Já sei que um clube alemão quer o Vagner Love e fará uma proposta absurda por ele. Vai ser difícil mantê-los.

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