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quarta-feira, 17 de março de 2010

Técnico da Universidad de Chile se diverte com os brasileiros e o seu futebol

Gerardo Pelusso comandava o Nacional de Montevidéu quando o time uruguaio venceu o Flamengo com a ajuda de um gandula

Antes de cada resposta, Gerardo Pelusso pensa duas vezes. Pela coletiva desta terça-feira, em Santiago, a relação do técnico do Universidad de Chile com a imprensa local lembrou a que é vista no Brasil. Perguntas sobre a escalação do time para enfrentar o Flamengo, nesta quarta-feira, no estádio Monumental, e o motivo dos portões fechados foram respondidas rudemente.

O treinador uruguaio, que era técnico do Nacional de Montevidéu na Libertadores de 2008 e enfrentou o Flamengo na ocasião, também foi um pouco polêmico ao ser perguntado sobre o fato de os rubro-negros só chegarem a Santiago horas antes do jogo com medo de terremoto.

- Isso é normal dos brasileiros. Não acho que eles tenham medo. Os brasileiros são simpáticos quando têm de ser. Vem aqui, abraçam, são só sorrisos. Aí quando vamos lá esperam com machado e barra de ferro na mão. Mas isso não é uma crítica. Eu considero isso uma virtude – explicou Pelusso.


Quando o repórter do GLOBOESPORTE.COM se identificou como imprensa brasileira, ele abriu um sorriso educado e ficou mais cerca de 15 minutos numa descontraída entrevista após a coletiva. No bate-papo, o treinador revelou que a expulsão de Toró contra o Nacional, no Parque Central, foi provocada por um gandula que era irmão de um dos jogadores de sua equipe. Também comparou o Flamengo de 2008 com o atual, elogiando Ibson e Renato Augusto, e admitiu que um dia gostaria de trabalhar no Brasil. Quem sabe no Palmeiras, time que ele tem um maior carinho por conta de ídolos da sua infância e que chegou a convidá-lo há pouco mais de um ano.

GLOBOESPORTE.COM: Como a Universidad de Chile está preparada para enfrentar o Flamengo de Adriano e Vagner Love?

- O Flamengo é o atual campeão brasileiro e isso fala por si só. É um time que tem bons atacantes. É preciso também se levar em conta que possui não só uma qualidade individual, mas também coletiva.

O que você sabe sobre o jeito do Flamengo jogar?
- O Flamengo tem uma base já há algumas temporadas. Bruno é o mesmo goleiro, os laterais Léo Moura e Juan também. Toró continua sendo o volante de contenção, mas está suspenso e não vai jogar. E o Adriano e o Love são atacantes que dispensam comentários.

Tem o Fierro e o Maldonado também.

- Maldonado vem? Bom. São dois jogadores de qualidade. Fierro fez história pelo Colo Colo. E o Maldonado é um belo volante de contenção, tático, mas que está voltando de lesão. É legal para eles jogarem em seu país.

Você era o técnico do Nacional quando o Flamengo perdeu por 3 a 0, no Parque Central, pela Libertadores de 2008. Qual a comparação que você faz entre os dois times do Flamengo, o de 2008 e o de 2010?

- Eu acredito que o Flamengo de agora é superior pelos jogadores ofensivos que possui. Sem dúvida que um ataque com Adriano e Love é mais forte. Mas de uma maneira geral, o outro time era mais competitivo. Tinha uma boa dupla de zaga, os volantes de contenção continuam sendo o Toró e o Kleberson, mas o time que eu enfrentei tinha um jogador que era fora de série: Ibson. Onde ele está agora? Na Turquia?

Está na Rússia. No Spartak Moscou.

- Que belo jogador. O Flamengo também tinha aquele atacante alto que agora está no Corinthians, o Souza. Quem fazia dupla com ele mesmo?

Diego Tardelli ou Marcinho. E ainda tinha o Renato Augusto.

- Nossa. Esse Renato Augusto é espetacular. Mas ele não jogou contra o Nacional no Uruguai. Só o vi no Maracanã e me impressionou muito.

Aquele jogo no Uruguai ainda teve a confusão com o gandula, lembra?

- Claro que eu lembro (risos). Vou te contar, então. Aquele gandula era irmão de um jogador nosso, do Arismende. O Toró perdeu a cabeça e prejudicou o time ali. E ainda te digo mais. Ainda havia um outro gandula naquele jogo que tinha um irmão em campo. O Bruno Fornaroli, inclusive, comemorou o gol que marcou nesse jogo com o gandula que era seu irmão (risos). Tenho boas recordações do Flamengo.

É para ter mesmo. Foi uma vitória e tanto.

- Mas depois no Maracanã nós perdemos. Mas nos classificamos no grupo juntamente com o Flamengo. Mas fomos eliminados para o São Paulo depois. Mas o Flamengo atual é diferente. Tem um estilo diferente.

Como assim?

- Posso estar errado, mas esse Flamengo de agora joga muito tranquilo, toca a bola e acha que pode resolver o jogo a qualquer momento. Às vezes até passa uns sustos por causa disso. Como aconteceu contra o Vasco no último domingo e contra o Caracas. A sensação que dá é que os jogadores são muito confiantes. Mas jogam um futebol competitivo e muito pragmático.

Você deve adorar o futebol brasileiro. Mostra que está bem informado, que acompanha...

- É o melhor futebol do mundo. É aquele futebol que o jogador consegue colocar a bola no ângulo e sai para engraxar a chuteira. Em 2005, eu estava no Danúbio e fomos enfrentar o Santos de Robinho. Tinha o Deivid também... Só que desse jogo a minha recordação não é tão boa. Fomos jogar na Vila Belmiro e na época, não sei agora, o banco ficava colado na torcida. Eu levei um banho de xixi naquele dia (risos).

Sonha um dia trabalhar no futebol brasileiro?

- Seria bem interessante. Já pensei nisso. Uma vez, inclusive, o Palmeiras mandou um representante falar comigo na época que o Luxemburgo saiu de lá. Mas eu nem conversei, porque tinha contrato com o Nacional, que é a minha casa.

Teria alguma equipe em especial no Brasil que gostaria de comandar?

- Pergunta difícil. São muitos times grandes, fortes... Mas tenho um carinho pelo Palmeiras.

Por qual motivo?

- Por alguns... Quando eu era pequeno, me recordo uma vez que eu fui assitir a um jogo entre o Nacional e o Palmeiras e gostei de um jogador chamado Ademir da Guia. Conhece? (risos). Mas não é só isso... Dois uruguaios importantes também jogaram lá. O Hector Lito da Silva, que foi campeão do mundo pelo Peñarol, em 1968, se não me engano. E o Luís Maidana, que foi um goleiro do Peñarol e da seleção do Uruguai. Este enfrentou, e foi bem, o Santos de Pelé. Mas chega. A conversa está boa, mas preciso ir. Vamos nos ver no Monumental. Deseje boa sorte ao Flamengo e que vença o melhor.

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