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quarta-feira, 10 de março de 2010

Adriano terá ajuda de psicóloga, diz presidente do Flamengo

Patrícia Amorim diz que não medirá esforços para jogador ir à Copa

Há dois meses na presidência do Flamengo, Patrícia Amorim não vai desistir de Adriano. Após uma conversa com o médico José Luís Runco, convenceu-se de que o jogador precisa de ajuda psicológica para superar os problemas pessoais que o aproximam da bebida alcoólica.

Com o propósito de garantir a ida do atacante à Copa da África do Sul, Patrícia garante que o Flamengo disponibilizará o que for preciso, custe o que custar. E anunciou que fará uma reunião com os jogadores para cobrar-lhes também alguma ajuda a Adriano, tão querido pelos companheiros.

O Dia - Em dois meses de Flamengo, você encarou vários problemas: a denúncia de pedofilia, a indisciplina do Pet que abandonou o vestiário antes do fim do Fla-Flu, a farra dos jogadores no Sambódromo, a festa na Chatuba...

Patrícia Amorim - Peraí... Você se esqueceu da renovação do Andrade?

O Dia - Pois é... O que está acontecendo com o futebol do Flamengo?

Patrícia Amorim - Recebi um time campeão brasileiro. O Pet veio como solução financeira. Foi imposto. Depois, jogou bem e entrou para a história do clube. Adriano veio da Itália, de autoestima baixa. Andrade era o auxiliar que nunca teria chance. A questão é que tudo deu certo, o time se valorizou muito e, hoje, tem um comportamento muito diferente. As relações são bem mais complicadas agora. A conversa é em outro tom.

O Dia - O time ficou mascarado?

Patrícia Amorim - É forte dizer isso. Eu digo que eles se valorizaram. O título não pode ser um problema. É um ótimo problema. As conversas são mais difíceis. Posso garantir que interfiro pouco, mas estou sempre presente. Quando ganha e quando perde. Não entro no vestiário, mas estou sempre por perto.

O Dia - Você não entra no vestiário porque é mulher ou por considerar que seria uma invasão?

Patrícia Amorim - Pelas duas coisas. Dirigente não deve ir até lá, porque é o momento íntimo do jogador. Fui atleta e sei. Tira a liberdade. E também porque sou mulher. Não quero interferir. Entraria numa intimidade que não acho legal. Mas sempre acompanho tudo. Não fui a Caracas. Claro, tenho aqui o problema do Adriano, mas isso é só um plus... A questão é que temos um jogo contra o Vasco domingo, temos a logística de Maracanã, quadro móvel, etc... Mas vou a tudo que consigo.

O Dia - O vice de futebol, Marcos Braz, comentou que não se sente politicamente confortável. Você perdeu a confiança no departamento de futebol?

Patrícia Amorim - O Marcos Braz deveria estar bastante confortável porque aceitei todas as indicações que ele fez. De contratações, liberações e empréstimos. Almoço pelo menos uma vez por semana com ele. Falamos todos os dias. A relação é bastante tranquila. A única coisa que pode ter desequilibrado um pouco, e falei isso com ele, é que algumas decisões não devem ser tomadas no calor da emoção. Vou passar para meus comandados que falem menos.

O Dia - Há coisas do futebol que estão vazando?

Patrícia Amorim - Acho que sim. É muito importante que se estabeleça que os problemas devem ser enfrentados de dentro para fora, e não de fora para dentro. Se eu me pautar pelo que leio no jornal, nem me levanto da cama. Não é só a situação do Adriano. Não é só o Bruno externar uma coisa completamente infeliz. O Marcos Braz não pode falar numa tribuna o que falou.

O Dia - Está se referindo à notícia de que Braz teria xingado Pet no jogo contra o Madureira?

Patrícia Amorim - É... Foi uma brincadeira que ele fez em relação ao Petkovic. Mas é preciso ter cuidado. Assisto aos jogos sozinha, no meu canto. Eu me preservo. Falo somente o essencial.

O Dia - Já conversou com Adriano depois da tal festa na Chatuba?

Patrícia Amorim - Não conversei. Devo conversar até sexta-feira. Isso é certo. Amanhã (hoje) é um dia curto porque tem jogo à noite. E tenho que me preocupar com o Maldonado porque, se ele treinar bem de manhã, poderá enfrentar o Vasco, domingo.

O Dia - Qual é o limite da tolerância com Adriano, que admite problemas com álcool?

Patrícia Amorim - Uma doença não é privilégio. Ele tem um problema e, hoje, se sente à vontade para encarar isso. Estou falando em relação ao que conversei com o doutor Runco. Adriano começou no Flamengo, é um símbolo do clube. Vamos tentar resgatar um grande jogador e é importante mandá-lo à Copa. Vamos disponibilizar o que for preciso.

O Dia - O que o clube vai fazer?

Patrícia Amorim - O Flamengo já está fazendo. Ele está sendo acompanhado pelo doutor Runco, que nem viajou para Caracas. Vai ter o auxílio de uma psicóloga que é famosa. Só não me recordo o nome, pois não sou desse ramo. A gente está encarando isso como um problema médico.

O Dia - Uma psicóloga? Ele aceitou procurar ajuda de um especialista?

Patrícia Amorim - Nosso esforço é para que ele vá. O Flamengo não vai medir esforços. A nossa parte, a gente está fazendo. É queridíssimo pelo grupo. O grupo joga para ele. Só acho que os seus companheiros, que tanto gostam dele, que dedicam os gols a ele, não estão ajudando muito.

O Dia - Você preferia que, em vez de ir à festa na Chatuba, eles tentassem mostrar ao Adriano outro caminho?

Patrícia Amorim - Pois é... Alguém precisa falar certas coisas. Eu contribuo puxando a orelha. E os amigos? Cadê eles?

O Dia - Não vai falar isso com os jogadores?

Patrícia Amorim - Pretendo falar. Isso aconteceu de quinta para sexta-feira e os jogadores estavam indo para Volta Redonda. Não houve tempo. Mas estou agindo. Ontem (segunda-feira), almocei com o Marcos Braz. Disse a ele que era inadmissível que o capitão do time, num dia infeliz (antevéspera do Dia Internacional da Mulher), desse uma declaração infeliz, num clube que tem como presidente uma mulher. Falei pro Marcos: 'Não aceito! Acho bom consertar isso'. E, pelo menos, ele se desculpou, né? Em relação ao Adriano, com quem vou conversar, o Runco me disse: 'deixa ele treinar. Deixa a coisa acontecer naturalmente'.

O Dia - Você esperava ter tantos problemas?

Patrícia Amorim - Esperava. O que eu não esperava é que a coisa fosse tão nervosa. Tenho a sorte de ser uma pessoa paciente, tranquila. Se eu fosse agitada, o caldo entornaria. Mas tenho bom humor.

O Dia - Já está arrependida?

Patrícia Amorim - Não! Estou adorando. Apesar de toda turbulência, é uma satisfação enorme poder contribuir com o clube.

O Dia - Qual foi o pior momento até agora?

Patrícia Amorim - O mais desconfortável para mim foi a derrota para o Botafogo. Quando a gente perde para a gente, é complicado. Não engoli aquilo.

O Dia - Acha que o camarote do Sambódromo teve alguma interferência no resultado desse jogo?

Patrícia Amorim - Não acho, não, mas, como atleta que fui, não iria me expor. Os atletas não podem desobedecer nossa programação, mas são adultos, profissionais e a gente não pode interferir no que acontece fora do clube.

O Dia - Você em algum momento questionou a decisão do departamento de futebol de tirar Adriano do jogo contra o Caracas?

Patrícia Amorim - Questionei na hora! Mas, segundo o que me foi passado pelo médico, ele não teria condição de jogo. Ele não tinha condição física, segundo o médico. Além de ter um problema muito sério com a noiva.

O Dia - Mas, ele foi hoje (ontem) ao treino com a noiva...

Patrícia Amorim - Estou sabendo... Bem, se o Vasco pagar o pato por tudo isso. Mas, olha, estou brincando! Por que fui falar isso? Pago até hoje por ter dito um dia que se a bola entrasse, tudo bem... Até hoje, pegam no meu pé... É que tenho senso de humor.

Fonte: O Dia

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