'Conselheiro' do basquete rubro-negro, massagista comemora 33 anos de Fla
Michila, que chegou ao clube em 1977 e só o deixou para servir a seleção, completa 65 anos e recebe homenagem surpresa dos jogadores da equipeMichila, com a camisa que recebeu dos jogadores do Flamengo: emoção após homenagem
- Eu sou Flamengo roxo. Mesmo antes de chegar aqui, quando ainda trabalhava capinando. Eu amo o Flamengo – diz o massagista.
Michila veste a camisa, com o número 65
- Ah, são várias histórias. Todos sempre foram muito bacanas comigo, me respeitaram muito. É um carinho muito especial. Sou muito reconhecido em qualquer lugar que eu vá. Todos falam comigo. E dá muito orgulho, é melhor do que dinheiro.
Michila gosta de lembrar do primeiro passo dos jogadores que conheceu. Recorda que viu Baby, hoje no Paulistano, começar na seleção de base aos 16 anos. O carinho é ainda maior quando fala de Duda, um dos destaques do time rubro-negro.
- O Duda sofreu muito para chegar aqui. Sempre foi um cara que lutou muito, teve problemas de lesão, e hoje é o que é – afirma, para depois falar da agressão que Duda sofreu de Manuil, do Vila Velha – Infelizmente, eu não estava lá. Na verdade, foi até melhor.
O rubro-negro lembra do tempo em que os grandes talentos surgiam em competições entre seleções dos estados. Para Michila, o fim destes campeonatos fez com que jovens talentos não tenham vingado.
- Sempre apareceu muitos jogadores nas seleções estaduais. Falta isso aqui no Brasil. Lá fora, em equipes na Europa, surgem meninos novos e bons, como o Ricky Rubio, do Barcelona. Aqui, é muito voltado para o adulto. Mas a base é tudo. No Brasil, você não vê gente jovem jogando, só atuando lá fora. O NBB está levantando um pouco isso, mas ainda é difícil.
Identidade de Michila em Atlanta e página de seu passaporte: viagens com a seleção brasileira
- Gosto de dar conselhos. Eles me ouvem bem, me respeitam. Na hora que alguém sai mais nervoso, tento acalmar, faço umas brincadeiras, dou uma chacoalhada.
O carinho dos jogadores também reflete a importância de Michila no grupo. Para Duda, o massagista é a tradução da equipe rubro-negra.
- Ela mostra bem o que é o Flamengo, com essa simplicidade, essa alegria. Ele é sempre o primeiro a chegar, faz questão de ir a todas as viagens. Assim é o grupo do Flamengo – diz o armador.
O pivô Coloneze lembra que a experiência e o “humor meio ranzinza” de Michila sempre animam o grupo.
- Ele é uma lenda. Tem história para contar para 500 gerações. Os jogadores estão sempre brincando com ele. Ele tem seu lado ranzinza, mas é muito engraçado.
Apesar de tanto tempo na estrada, Michila não pensa em parar tão cedo. Enquanto for querido, o massagista quer estar presente, vendo surgir novos talentos.
- Por quanto tempo eu puder, vou continuar. O basquete é uma cachaça, quanto mais se bebe, mais se quer.
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