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quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Magoado, Rogério Lourenço lembra: ‘Contratações eram vetadas’


Ex-técnico do Flamengo elogia Patricia Amorim e Zico, mas lamenta burocracia financeira do clube nas negociações

rogerio lourenço treinador entrevistaRogério Lourenço durante entrevista
(Foto: Felippe Costa / Globoesporte.com)
A vida do Flamengo não anda nada fácil no Campeonato Brasileiro. Há quatro partidas sem vencer e ameaçado pela zona de rebaixamento, o clube está próximo de demitir mais um técnico na temporada. Depois de Andrade, atualmente no Brasiliense, e Rogério Lourenço, foi a vez de Silas não conseguir os resultados esperados. Para agravar a situação, ele se envolveu em um racha público com elenco por causa de declarações polêmicas após o empate por 1 a 1 com o Goiás.
Mas como está o antecessor de Silas? Rogério entregou o Flamengo na décima posição, com a segunda melhor defesa e um crônico problema ofensivo. A diretoria justificou a saída culpando a forte pressão da torcida.
Rogério Lourenço conversou com o GLOBOESPORTE.COM. Foi a primeira manifestação pública depois da, segundo ele, prematura demissão. Magoado com a forma que saiu do Flamengo, ele lembrou de várias situações que acabaram influenciando negativamente seu trabalho na Gávea. Da falta de certeza em sua efetivação ao lado burocrático na hora das contratações, Rogério chegou a escalar Bruno Mezenga já negociado, pois não tinha opções no elenco. O técnico elogiou a torcida do Flamengo, mas disse que ela sempre acha o time melhor do que é de fato e acaba fazendo uma pressão desnecessária.
Confira os tópicos da entrevista:

Passagem no time profissional

"Quando o Zico chegou, ele deu apoio para a minha continuidade no cargo, mas em momento algum me senti efetivado. Faltou alguém chegar e dizer para todo mundo que eu era de fato o treinador. Tinha o apoio da presidente, mas acabaram falando muita coisa e acabei ficando exposto. Quanto ao time, procurei trabalhar bastante o sistema defensivo, pois o Flamengo levava muitos gols. Consegui neutralizar isso e deixei o clube com a segunda defesa menos vazada do Campeonato Brasileiro.

Demissão 


"A torcida é o termômetro do time, mas acho que a diretoria é que tem o papel de decidir a saída do técnico ou não. Quando eliminamos o Corinthians da Libertadores, a torcida pediu a cabeça do Mano Menezes, e o presidente concedeu uma entrevista dizendo que ele não sairia e que o contrato ainda seria prorrogado. Isso eu senti falta no Flamengo. Hoje, o Mano é técnico da Seleção Brasileira. Deixei o clube na 10ª posição, apenas três pontos atrás da zona da Libertadores. A torcida do Flamengo é fundamental para o clube, mas sempre acha o time melhor do que ele é de fato. Não entendo essa pressão no elenco. O grupo é muito bom, tem jogadores experientes, que gostam do clube".

Contratações

"Fiz uma lista de jogadores e apresentei para a diretoria. Tinham nomes como Valdivia, Ricardo Oliveira, Eder Luis, Rafael Sobis, Marcelo Mattos, Daniel Carvalho, Réver e Tinga (o do Palmeiras). O empresário do Montillo esteve no nosso hotel um dia após nossa vitória, mas infelizmente tudo esbarrava na parte burocrática (financeira) do Flamengo e acabamos não acertando com ninguém. As contratações eram vetadas. Houve um erro de planejamento e se demorou muito para contratar. O Renato e o Val Baiano chegaram e ainda tiveram que trabalhar a parte física. Reclamaram muito das condições dos atletas, mas o Toninho Oliveira fez um belo trabalho. Nem cheguei a usar o Diogo. Não deu tempo".

Patrícia Amorim e Zico
rogerio lourenço flamengo atlético-mgRogério Lourenço no último jogo pelo Flamengo
(Foto: Jorge William / O Globo)
"A presidente é uma pessoa incrível e me deu todo o apoio no clube. Ama o Flamengo e está ali trabalhando pelo clube. O Zico é um ídolo e muito profissional. Não teve culpa nas perdas desses jogadores. A única coisa que me deixa chateado é que estou há 33 dias fora do Flamengo e ninguém me ligou para saber como estou. Conheço pessoas no clube há 22 anos. Ainda estou preso, pois sou funcionário, mas eles me devem e preciso resolver isso".

Caso Bruno

"Foi uma coisa que todos sentimos. Não vou afirmar que influenciou no trabalho do grupo, mas todos ficaram tristes. Mexe com a estrutura, pois ele trabalhava diariamente conosco".

Briga com Fabrício

"Andaram falando que o Fabrício saiu por minha causa, mas não é verdade. Conheço-o desde 2006 e levei o jogador no meu grupo que disputou o Mundial sub-20. Tenho um carinho grande por ele e sempre disse que o Fabrício tem potencial para ser convocado para a Seleção Brasileira. Ele teve muitas chances no Flamengo, mas se o clube quis negociar o jogador o problema não é meu".

Borja
"Vi o Borja jogar e ele se destacou. Achei interessante a contratação para fazer parte do elenco. Acabei perdendo meus principais atacante e só tinha o Diego Maurício, que jogava de armador, e o Paulo Sérgio. O Borja ganhou as oportunidades. Se tivesse feito o gol contra o Vasco não estariam falando isso dele. Cheguei a escalar o Bruno Mezenga, que já negociado com um time da Polônia".

Momento atual do time
"Acho que não é o momento de demitir o Silas. Ainda está conhecendo o grupo e precisa de tempo. O Flamengo vive um momento complicado, mas tem condições de sair dessa situação. Mas não queiram pedir para todos se unirem para tirar o time dessa, pois no Flamengo todo mundo não vai se abraçar".

Futuro
"Cheguei a receber algumas sondagens, mas nada oficial. Também não adianta pegar um time para sair em dezembro. Quero alguma proposta com um planejamento para 2011. A diretoria do Ceará chegou a fazer contato, mas ainda estou esperando".

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